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Comportamento

Procura-se voluntário para brincar com as crianças da Favela Mandela

Projeto Amparo Move a Esperança chegou à comunidade em janeiro e dificuldade é conseguir dar atenção a tantos

Danielle Valentim | 10/06/2019 08:21
Chutar uma bola, bater uma corda ou até garantir um abraço. Qualquer ajuda é bem-vinda! (Foto: Danielle Valentim)
Chutar uma bola, bater uma corda ou até garantir um abraço. Qualquer ajuda é bem-vinda! (Foto: Danielle Valentim)

A Favela do Mandela não para de crescer. Parte das famílias chegou à área no dia 24 de setembro de 2017, mas hoje a comunidade é formada por mais de 300 barracos. O mais cruel da vulnerabilidade é a falta de atenção às crianças e a principal dificuldade do projeto AME (Amparo Move a Esperança) é dar conta de brincar com tantos baixinhos.

Chutar uma bola, bater uma corda ou até garantir um abraço. É difícil manter o compromisso de levar amor à favela todos os sábados, mas desde o dia 25 de janeiro, o projeto formado por amigos mantém dez integrantes fixos, cada um na sua função.

A voluntária Elenir Marinho explica que o projeto atende cerca de 150 crianças de 80 famílias, devidamente cadastradas. Mesmo com o voluntariado permanente, falta gente para doar atenção.

A voluntária Elenir Marinho explica que o projeto atende cerca de 150 crianças de 80 famílias, devidamente cadastradas. (Foto: Danielle Valentim)
A voluntária Elenir Marinho explica que o projeto atende cerca de 150 crianças de 80 famílias, devidamente cadastradas. (Foto: Danielle Valentim)
Lauane Martinez da Silva, de 7 anos, garantiu ter compromisso com o projeto. (Foto: Danielle Valentim)
Lauane Martinez da Silva, de 7 anos, garantiu ter compromisso com o projeto. (Foto: Danielle Valentim)

“Com o tempo vamos conhecendo as dificuldades e hoje quando me perguntam o que precisa, eu sempre responde, venha dê um abraço. Aqui temos o Richard, uma criança em situação de extrema vulnerabilidade. Sem chinelos, ele estava com o pé machucado. Venho uma pessoa e viu isso. Na semana seguinte, ele já veio de chinelo, fez curativo no pé. Quando a gente aponta na entrada, muitas crianças já estão esperando”, explica.

O Lado B passou a manhã de sábado no projeto e viu de perto o reflexo da vivência de muitas crianças. Algumas agressivas, outras tímidas, mas a maioria com ideias bem maduras para a idade. Pelo menos no caso de Lauane Martinez da Silva, de 7 anos, que ao ser indagada sobre as atividades do AME garantiu ter compromisso com o projeto. “Sou moradora da favela eu tenho uma obrigação todo sábado com o projeto. Quando eles vêm a gente brinca, lancha, conversa”, pontuou.

Toda a alimentação, roupas e até remédios são frutos de doações. No último sábado (8), o grupo entregou 120 cobertores de uma parceria com a Sanesul. Suco e cachorro quente foi o lanche do dia. Os voluntários Vander e Regina comandaram a cozinha.

Regina montando os cachorros quentes. (Foto: Danielle Valentim)
Regina montando os cachorros quentes. (Foto: Danielle Valentim)
Vander preparando o suco. (Foto: Danielle Valentim)
Vander preparando o suco. (Foto: Danielle Valentim)

“Chegamos às 8h e recebemos as crianças com atividades socioeducativas, ao fim da manhã servimos um lanche. Todo terceiro sábado do mês entregamos 15 cestas básicas e todo último sábado realizamos a festa dos aniversariantes do mês. Nós também conseguimos comprar remédios e até pagar algumas consultas. O cadastro das famílias é importante para saber o que vamos trazer para doar e claro servir de lanche”, pontua Elenir.

A moradora Greicehelen Nayara, de 24 anos, tem três filhos e há dois anos vive em um dos barracos. Ela participam do projeto desde o primeiro dia. “O projeto AME foi muito maravilhoso, desde que chegou na comunidade. Ele vem ajudando muita família, se não fosse o projeto a gente ia estar passando muita dificuldade”, pontua.

O voluntário Igor Lima é o tesoureiro do grupo. Ele explica que para manter a transparência e credibilidade do grupo, para todas as doações são entregue recibos.

“Conforme as pessoas doam nós entregamos os recibos. Nem sempre conseguimos doações de pães ou salcichas. A doação em dinheiro serve mais para a compra da alimentação. Nós também buscamos as doações, mas quem preferir pode fazer a doação por depósito bancário, todas as informações repassadas por nossa página no Instagram”, pontua.

Karine no cadastro das familias. (Foto: Danielle Valentim)
Karine no cadastro das familias. (Foto: Danielle Valentim)
Greicehelen Nayara vive há dois anos em um dos barracos. (Foto: Danielle Valentim)
Greicehelen Nayara vive há dois anos em um dos barracos. (Foto: Danielle Valentim)

“No Instagram nós divulgamos todas as ações e as necessidades da semana. O que precisamos são de voluntários. Às vezes as crianças grudam nesses voluntários e falta gente. A página no Instagram serve mais para arrecadar “pessoas”. O principal problema é a falta de atenção as crianças”, pontua a voluntária Alana Neves.

A pequena Mariana Santana de Souza de 6 anos ainda está encantada com sua festa de aniversário. No último dia 4 de junho, o grupo promoveu mais um aniversariante do mês. “Teve bolo, carne assada e música”, frisa.

Assistentes sociais, professores, grupos da maçonaria e muitos amigos ajudam a manter as ações. Interessados em ajudar podem procurar o projeto pelo Instagram ou pelos telefones de Alana (067) 9 9243-2062 e Elenir (067) 9 9271-8820.

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A pequena Mariana Santana de Souza de 6 anos ainda está encantada com sua festa de aniversário.(Foto: Danielle Valentim)
A pequena Mariana Santana de Souza de 6 anos ainda está encantada com sua festa de aniversário.(Foto: Danielle Valentim)
Assistentes sociais, professores, grupos da maçonaria e muitos amigos ajudam a manter as ações. (Foto: Danielle Valentim)
Assistentes sociais, professores, grupos da maçonaria e muitos amigos ajudam a manter as ações. (Foto: Danielle Valentim)
Projeto formado por amigos mantém dez integrantes fixos, cada um na sua função.(Foto: Danielle Valentim)
Projeto formado por amigos mantém dez integrantes fixos, cada um na sua função.(Foto: Danielle Valentim)
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