Quem batalhou vida toda em lavoura agora sorri dando amor para horta
Hoje, José é responsável por horta orgânica e deixou a agressividade dos venenos no passado
Durante a vida toda, José Alves Ladislau usou a força para trabalhar na lavoura enquanto lidava com os agrotóxicos. Quando se aproximou dos 60 anos, entendeu que não dava mais, descobriu que sua felicidade estava no cuidado com hortas orgânicas e, desde então, não parou de sorrir.
“A planta parece que puxa a alegria para você. Tem que ter paciência para cuidar e muito carinho porque ela necessita disso. Na lavoura é mais agressivo”, tenta resumir o agricultor urbano. Responsável pela horta do Sirpha - Lar de Idosos, José conta que demorou um bom tempo até entender que a delicadeza demandada no plantio de hortaliças era sua alegria.
Contando sua história, ele narra que trabalhou plantando soja, milho, feijão e trigo por décadas na região de Nova Alvorada e Rio Brilhante. Bastante diferente da atualidade, José explica que lavoura era sinônimo de serviço braçal.
Avaliando o cenário de hoje, comenta que o cotidiano é facilitado com as novas tecnologias, mas, ainda assim, não é nada fácil e bastante diferente do manejo de hortas. Não que esse trabalho seja fácil, mas a dinâmica é outra.
Vai fazer sete anos que mexo com horta só na parte de verdura. Mudou minha vida porque é muito diferente. Na lavoura, o plantio é diferente até porque os legumes são mais sensíveis. Tem que ter um tato maior”.
Desde que entrou nesse caminho, os conhecimentos foram crescendo porque, como diz José, quem não aprende vai ficando para trás.
Apesar do cansaço com a lavoura, ele diz que conseguiu ver os dois filhos na faculdade, um em Engenharia Química e outro em Engenharia Civil. “Não tenho que reclamar nesse sentido, mas a lavoura mexe com muita química, é difícil. Já na horta é tudo orgânico”, diz.
No cotidiano, o agricultor explica que precisou aprender a ter mais paciência e, também, sensibilidade.
“Eu vou aprendendo aos poucos, tendo mais cuidado. Agora tô aprendendo sobre plantas medicinais e não convencionais. Antes eu só mexia com couve, alface, repolho, salsinha, almeirão, essas assim mais comuns”, comenta.
E, questionado se depois de tantos anos não cansou de lidar com a terra, ele garante que seu amor é por estar em contato com a vida nascendo desse jeito.
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