‘Salário Mínimo’ e ‘Custo de Vida’ são memórias incríveis da infância
Na família, Melchior e Homero ganharam apelido que refletia a situação econômica do Brasil em 1986
A foto registrada em setembro de 1986 traz os primos Homero Penitente Deboni e Melchior Carneiro no plano principal. Aos 13 anos e 10 anos, respectivamente, o ‘Custo de vida’ e o ‘Salário mínimo’ não eram vistos separados e estavam sempre juntos. A amizade entre os primos segue firme, mas os apelidos que os marcaram na infância ficaram para trás.
Ao Lado B, Homero, de 49 anos, conta que aprontava muito com o primo. “O custo de vida fazia um monte de arte e o salário mínimo dava um jeito de acompanhar. Até hoje é assim com o brasileiro”, diz.
Entre os anos de 1983 a 1986, a economia brasileira era marcada pelos altos índices de inflação. Neste contexto, o custo de vida seguia aumentando e o salário mínimo não acompanhava o mesmo ritmo. Restou a versão do Homero gordinho e o Melchior baixinho os apelidos que repercutiam no vocabulário de toda família.
“Um tio nosso que colocou esse apelido e pegou. Eu era bem gordinho e grande e meu primo era magrelinho. Na época da inflação alta eu era o custo de vida e ele o salário mínimo. Os dois viviam juntos, era unha e carne e onde via um via o outro. É o que é até hoje na verdade no índice do Brasil. É bem engraçada essa história”, afirma.
Além da amizade com o primo arquiteto, que hoje tem 46 anos, Homero lembra que a foto foi tirada momentos antes de uma viagem. Os dois aparecem no foco principal, mas é possível ver que outras crianças estão dentro da Kombi. O banqueiro relata que a Kombi, assim como os apelidos, é outra lembrança que ficou no passado.
“Indo para Goiânia visitar os tios. Eram 7 crianças na Komboza, mas nós fomos de avião. Fomos de Kombi em outra viagem. A Kombi inclusive pegou fogo na viagem”, recorda.
Anos depois que a foto foi tirada, os primos cresceram e o apelido deixou de fazer sentido. Homero não é mais o 'custo de vida' e Melchior deixou a sina de 'salário mínimo' para trás. O que fica dessa história são as boas memórias para eles.
“Acabou se perdendo isso (apelido) na época era muito forte e acabou se perdendo porque emagreci pra caramba. O salário mínimo (Melchior) cresceu, ficou grande, acho que hoje é maior que eu. Então o custo de vida diminuiu bastante e o salário mínimo cresceu. Todo mundo se lembra da história, mas o apelido não faz tanto sentido mais”, destaca.
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