Saudade é tanta, que filha chama atenção com os preparativos para receber a mãe
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Para alguns pode ser brega, para outros exagero, mas para a filha Raimunda Dos Santos Rodrigues, de 33 anos, e a mãe Maria da Glória Garcia Ferreira dos Santos, de 52, a recepção feita com direito até a carro adesivado não é só uma demonstração de carinho, já é a tradição na família.
A festa de boas vindas começa com o carro plotado com um adesivo que diz: “Mamãe, Linda... Adoro receber sua visita! Seja bem vinda. Te amo!!!”. Isso é comum em Belém do Pará, terra da família, mas por aqui a demonstração de carinho chama atenção nas ruas.
Além do adesivo, Raimunda também comprou balões para fazer com que a mãe sinta todo o carinho e a alegria que ela tem em recebê-la em Campo Grande, lugar que escolheu para construir uma vida nova. Para ela, muita coisa ainda é diferente na cidade, mas ela não abre mão do jeito paraense, como usar o "mamãe", por exemplo. "Até os meus amigos chamam ela de mamãe, porque eu sempre falei assim, e aqui o pessoal só usa mãe!", lembra.
Na varanda de casa um faixa também complementa a recepção e o café da manhã é preparado com carinho. Tudo pensado para demonstrar todo o sentimento da filha. Sempre que a mãe chega, a assessora de imprensa tira o dia de folga para matar a saudade.
O chefe até já sabe, o dia que a mãe desembarca é reservado só para isso. Depois, Raimunda compensa as horas, mas esse momento é sagrado e já é tradição de família, importada direto do Pará para a capital sul-mato-grossense.
“É um costume nosso lá de Belém, receber sempre com festa e é uma felicidade muito grande. Por mim, ela não precisa fazer nada disso porque só de ver ela já é um presente, mas é muito bom, me sinto muito bem com esse carinho”, comenta a mãe.
È sempre assim, Raimunda mora em Campo Grande há 8 anos, toda vez que a mãe vem visitar ela prepara algo diferente para recebê-la. Veio para cá por conta do ex-marido, o casamento durou quatro anos, já o com Campo Grande não tem prazo para acabar, até porque ela acaba de comprar uma casa por aqui.
“Meu casamento com a cidade deu certo. Aqui eu tenho uma qualidade de vida que só entende quem já viveu nos grandes centros, sem falar que eu adoro o meu trabalho e os amigos que fiz aqui”, comenta.
Agora a mãe já está planejando mudar para cá também, e trazer um pouco mais da família. A paixão pela cidade morena contagiou a família e Maria da Gloria também fez muitos amigos por aqui. “Sempre que ela vem é uma festa, a agenda fica cheia, todo mundo quer ver ela”, diz Raimunda.
Quem também participa da festa de chegada é a amiga Vanete Marli Da Silva, de 51 anos, a mãe campo-grandense de Raimunda. Elas morara um ano juntos assim que o casamento se desfez, hoje ocupam lugar especial no coração. É bonito ver a relação entre uma mãe biológica e uma mãe que a vida apresentou.
A maneira de demonstrar afeto já rendeu muitas histórias e risadas.
Na manhã de ontem mesmo, a caminho do aeroporto, uma cena curiosa aconteceu. No semáforo, um casal em outro carro perguntou: "Você é a filha?", por conta do adesivo, Raimunda acenou que sim com a cabeça. "Que bonito!", disse a mulher. Os olhares pela cidade seguiram até a chegada no aeroporto.
“Lá em Belém tudo é motivo de festa, a gente sempre inventa alguns eventos em família para comemorar. Quando eu vou mesmo a família inteira faz um almoço para me receber!”, comenta. A mãe completa. “A gente chega já com vontade de voltar mais uma vez”, conta, aos risos.
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