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Comportamento

Sommelier, Helena passou a vida na Itália e garante que vinho é saúde

Durante 48 anos, gaúcha morou na Itália onde se especializou como sommelier de vinho, uísque e chocolate

Por Jéssica Fernandes | 01/10/2023 07:00
Sommelier Helena Servilha Manica, de 83 anos, segura taça de vinho. (Foto: Alex Machado)
Sommelier Helena Servilha Manica, de 83 anos, segura taça de vinho. (Foto: Alex Machado)

Helena Servilha Manica, de 83 anos, nasceu na terra do vinho. Em Bento Gonçalves (RS), ela teve o primeiro contato o que viria a ser uma grande paixão transformada, anos mais tarde, em carreira na Itália. Sommelier de vinho, Helena voltou para o Brasil neste ano e no último mês tem passado os dias em Campo Grande.

O Lado B conheceu a mulher que é metade gaúcha e metade italiana nesta semana. Na Capital, a sommelier está na casa da irmã Stela Maris Manica, de 67 anos, que é a caçula da família. Helena chegou há nove dias para conhecer a cidade que só via pela televisão em Perugia, na Itália.

No começo da entrevista, a sommelier fala as primeiras impressões que tinha sobre a cidade à distância. “Eu vim visitar Campo Grande que sempre falam, tem os comentários na televisão e eu conheço tudo, mas só pela televisão. O Pantanal é muito falado, que tem um misto de gente muito trabalhadeira que cultivam em Mato Grosso do Sul”, afirma.

Da Itália, ela trouxe um dos instrumentos utilizados no trabalho de sommelier. (Foto: Alex Machado)
Da Itália, ela trouxe um dos instrumentos utilizados no trabalho de sommelier. (Foto: Alex Machado)
Registro da Helena na Itália ao lado de outro colega de profissão. (Foto: Alex Machado)
Registro da Helena na Itália ao lado de outro colega de profissão. (Foto: Alex Machado)

Após ficar doente, Helena se mudou de Perugia para o Rio de Janeiro onde está há três meses. Já na Capital, Helena aproveitou para conhecer o Mercadão Municipal, a Feira Central e o Bioparque Pantanal.

Em um dos passeios com a irmã, Helena começou yakisoba na Feira Central e tomou vinho. Em outro momento saiu às compras e relata ter sentido o sabor do País onde residiu por 48 anos. “Na Itália temos um tomate que é um sonho, é seco e maravilhoso. Fomos comprar aqui e me arrepio porque tem o gosto da Itália”, destaca.

Antes de falar sobre os anos vividos longe do Brasil, ela relembra como desde criança sua história esteve ligada ao das uvas e vinhos. “Os meus pais tinham uma parreira e eu comecei a plantar a parreira quando era pequena. Ela (parreira) subia e depois enxertávamos ela. Vinho branco, tinto, fazíamos o enxerto com as rosas. Tudo isso sabia, só não sabia degustar o vinho”, recorda.

Caçula da família, Stela Maris reside em Campo Grande. (Foto: Alex Machado)
Caçula da família, Stela Maris reside em Campo Grande. (Foto: Alex Machado)

Anos mais tarde, Helena foi estudar belas artes em Porto Alegre. A ida à Itália tinha como finalidade a especialização na área. “Os padres queriam que eu me formasse para fazer o restauro da igreja, das telas. Eu sempre gostei. Cheguei na Itália e fiz um concurso”, fala.

Com o concurso, Helena iniciou as viagens pelo país passando por Sicilia, Palermo, Roma, Verona, Turim e vários outros destinos. Para continuar na Itália, ela relata que iniciou outro curso e só posteriormente vieram os estudos sobre o vinho.

“Depois estudei estética porque tinha que ter a permissão para trabalhar lá porque senão tinha que vir embora. Fiz todas essas coisas, fiz estética em Florença. Sempre trabalhei e depois comecei a estudar esse negócio de vinho”, comenta.

Durante entrevista, Helena contou a história que divide com os vinhos. (Foto: Alex Machado)
Durante entrevista, Helena contou a história que divide com os vinhos. (Foto: Alex Machado)

A especialista não parou somente nos vinhos e chegou a ir para a Grã-Bretanha, ilha no Reino Unido, aprender sobre o uísque. Aos 83 anos, ela tem a carreira marcada como sommelier de vinho, uísque, queijo e chocolate.

Graças ao conhecimento e experiência adquirida, Helena conseguiu se destacar no país, fazer parte de associações de sommeliers. “Lá tem bastante trabalho porque qualquer coisa que você faz aniversário, casamento, todas essas coisas convidam o sommelier. Na Itália tudo é à base de vinho. Em todos os lugares fazemos esse trabalho de harmonizar”, explica.

Durante a entrevista, a profissional mostrou os equipamentos que utiliza, explicando a função de cada um. Além disso, ela compartilhou parte do extenso aprendizado sobre vinhos. Com a taça em mãos, a sommelier também mostrou como sentir o aroma e saber a temperatura do vinho.

Outros materiais e alguns dos emblemas da assossiação italiana. (Foto: Alex Machado)
Outros materiais e alguns dos emblemas da assossiação italiana. (Foto: Alex Machado)

Entre os ensinamentos passados por Helena está o de jamais gelar a garrafa de vinho tinto e armazenar qualquer outra garrafa de vinho na vertical. O certo é armazenar as garrafas sempre na horizontal.

Bem portada, educada, respectiva e com o sotaque mais puxado pro italiano, Helena não transparece a idade que tem. O segredo, ela não revela, mas garante que são sagradas três taças de vinho por dia.

“Eu tomo vinho de manhã, de noite, a qualquer horário. O vinho é saudável, ele combate o colesterol, é bom pro coração, circulação e tanta coisa”, ressalta.

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