Sommelier, Helena passou a vida na Itália e garante que vinho é saúde
Durante 48 anos, gaúcha morou na Itália onde se especializou como sommelier de vinho, uísque e chocolate
Helena Servilha Manica, de 83 anos, nasceu na terra do vinho. Em Bento Gonçalves (RS), ela teve o primeiro contato o que viria a ser uma grande paixão transformada, anos mais tarde, em carreira na Itália. Sommelier de vinho, Helena voltou para o Brasil neste ano e no último mês tem passado os dias em Campo Grande.
O Lado B conheceu a mulher que é metade gaúcha e metade italiana nesta semana. Na Capital, a sommelier está na casa da irmã Stela Maris Manica, de 67 anos, que é a caçula da família. Helena chegou há nove dias para conhecer a cidade que só via pela televisão em Perugia, na Itália.
No começo da entrevista, a sommelier fala as primeiras impressões que tinha sobre a cidade à distância. “Eu vim visitar Campo Grande que sempre falam, tem os comentários na televisão e eu conheço tudo, mas só pela televisão. O Pantanal é muito falado, que tem um misto de gente muito trabalhadeira que cultivam em Mato Grosso do Sul”, afirma.
Após ficar doente, Helena se mudou de Perugia para o Rio de Janeiro onde está há três meses. Já na Capital, Helena aproveitou para conhecer o Mercadão Municipal, a Feira Central e o Bioparque Pantanal.
Em um dos passeios com a irmã, Helena começou yakisoba na Feira Central e tomou vinho. Em outro momento saiu às compras e relata ter sentido o sabor do País onde residiu por 48 anos. “Na Itália temos um tomate que é um sonho, é seco e maravilhoso. Fomos comprar aqui e me arrepio porque tem o gosto da Itália”, destaca.
Antes de falar sobre os anos vividos longe do Brasil, ela relembra como desde criança sua história esteve ligada ao das uvas e vinhos. “Os meus pais tinham uma parreira e eu comecei a plantar a parreira quando era pequena. Ela (parreira) subia e depois enxertávamos ela. Vinho branco, tinto, fazíamos o enxerto com as rosas. Tudo isso sabia, só não sabia degustar o vinho”, recorda.
Anos mais tarde, Helena foi estudar belas artes em Porto Alegre. A ida à Itália tinha como finalidade a especialização na área. “Os padres queriam que eu me formasse para fazer o restauro da igreja, das telas. Eu sempre gostei. Cheguei na Itália e fiz um concurso”, fala.
Com o concurso, Helena iniciou as viagens pelo país passando por Sicilia, Palermo, Roma, Verona, Turim e vários outros destinos. Para continuar na Itália, ela relata que iniciou outro curso e só posteriormente vieram os estudos sobre o vinho.
“Depois estudei estética porque tinha que ter a permissão para trabalhar lá porque senão tinha que vir embora. Fiz todas essas coisas, fiz estética em Florença. Sempre trabalhei e depois comecei a estudar esse negócio de vinho”, comenta.
A especialista não parou somente nos vinhos e chegou a ir para a Grã-Bretanha, ilha no Reino Unido, aprender sobre o uísque. Aos 83 anos, ela tem a carreira marcada como sommelier de vinho, uísque, queijo e chocolate.
Graças ao conhecimento e experiência adquirida, Helena conseguiu se destacar no país, fazer parte de associações de sommeliers. “Lá tem bastante trabalho porque qualquer coisa que você faz aniversário, casamento, todas essas coisas convidam o sommelier. Na Itália tudo é à base de vinho. Em todos os lugares fazemos esse trabalho de harmonizar”, explica.
Durante a entrevista, a profissional mostrou os equipamentos que utiliza, explicando a função de cada um. Além disso, ela compartilhou parte do extenso aprendizado sobre vinhos. Com a taça em mãos, a sommelier também mostrou como sentir o aroma e saber a temperatura do vinho.
Entre os ensinamentos passados por Helena está o de jamais gelar a garrafa de vinho tinto e armazenar qualquer outra garrafa de vinho na vertical. O certo é armazenar as garrafas sempre na horizontal.
Bem portada, educada, respectiva e com o sotaque mais puxado pro italiano, Helena não transparece a idade que tem. O segredo, ela não revela, mas garante que são sagradas três taças de vinho por dia.
“Eu tomo vinho de manhã, de noite, a qualquer horário. O vinho é saudável, ele combate o colesterol, é bom pro coração, circulação e tanta coisa”, ressalta.
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