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Comportamento

Após revelar astros no sertanejo, Eduardo Maluf prevê pendurar as chuteiras

Paula Maciulevicius | 13/06/2012 10:09
Maluf pretende em cinco anos passar do ramo da música para o do futebol. Trocar a projeção de astros do Sertanejo por grandes revelações do futebol brasileiro. (Foto: Minamar Júnior)
Maluf pretende em cinco anos passar do ramo da música para o do futebol. Trocar a projeção de astros do Sertanejo por grandes revelações do futebol brasileiro. (Foto: Minamar Júnior)

O nome se tornou grife e onde está sua marca ou em quem põem os olhos, vira sucesso. Mas os caminhos da carreira de um dos maiores empresários do país, nascido e criado e que ainda mora parcialmente em Campo Grande podem estar com os anos contados. Eduardo Maluf, 31 anos, quer em até cinco anos, trocar os palcos pelo gramado dos estádios.

Enquanto dava entrevista gentilmente ao Lado B, ele não desgrudava os olhos do celular. Era de segundo em segundo. Não que tivesse a necessidade de se explicar, mas ainda assim ele disse “é que meu filho vai nascer a qualquer momento”. O nome escolhido é o mesmo do pai. “O bebê vai chamar Eduardo”, respondia mostrando a ansiedade o papai de primeira viagem.

A ideia de trocar o grito das fãs pelo coro da torcida vem da paixão de Maluf pelo futebol. Corinthiano confesso, ele fala que vai a estádios e administra a Dut’s Marketing Esportivo, empresa no ramo do futebol que administra as carreiras dos jogadores Mateus, uma das principais apostas do Corinthians das categorias de base e que já chegou a disputar partidas no time profissional e Guilherme da Portuguesa, sondado pelo Timão e visto como principal substituto do volante Ralf.

Com um dos jogadores já está em pé de fechar propostas com times europeus. “Sou apaixonado por esportes, adoro futebol. Vou ao estádio independentemente do Corinthians jogar ou não. Isso continua sendo um plano de vida”. Amigo de Neymar, a administração da loja oficial do atacante do Santos também está nas mãos de Maluf, a Loja Neymar Oficial.

A queda que ele tem para o futebol já vinha se mostrando quando casou nomes de duplas como Maria Cecília e Rodolfo em camisas de time. “Foi um fato inédito. Foram em quatro ou cinco jogos da Copa do Brasil, um deles do Misto e Corinthians no auge, quando Ronaldo recém tinha vindo para o time. E teve também da Seleção Brasileira e Estônia. O futebol é a maior mídia do país”, recorda.

Com 13 anos de carreira na produção e projeção de artistas sertanejos, ele se divide entre os escritórios de Campo Grande e São Paulo. Mas já observa que hoje, é possível negociar da Capital sul-mato-grossense.

“Eu prefiro sair levando o nome daqui, tudo o que puder fazer, quero que seja aqui. Hoje as pessoas têm prazer de visitar a gente aqui. Campo Grande tem importância nacional e as pessoas vêm de fora para cá, fechar contratos”.

Entre os anos de carreira Maluf criou festas que são sinônimos de sucesso. A junina da UCDB é um dos maiores exemplos. Quem subiu ao palco no estacionamento do bloco A, mesmo que ainda num começo de carreira, virou estrela.

“A primeira dupla que trouxemos foi Jorge e Mateus há 6 anos e foi um marco na carreira deles. Se criou um conceito para a festa junina da UCDB. Trouxemos Hugo Pena e Gabriel, Victor e Léo, Gusttavo Lima”, conta.

Em quem Eduardo Maluf põe o olho, vira sucesso. Em 13 anos de carreira, empresário fez da festa junina da UCDB, divisor de águas na carreira de artistas que subiram ao palco no estacionamento do bloco A. (Foto: Minamar Júnior)
Em quem Eduardo Maluf põe o olho, vira sucesso. Em 13 anos de carreira, empresário fez da festa junina da UCDB, divisor de águas na carreira de artistas que subiram ao palco no estacionamento do bloco A. (Foto: Minamar Júnior)

O conceito de sucesso ficou tão evidente, que a Dut’s planeja uma publicação com depoimentos dos artistas e do divisor de águas na carreira de cada um deles: a festa junina da UCDB.

Este ano quem sobe ao palco e será, como tudo indica, a próxima dupla a estourar nas rádios de todo país é Henrique e Diego. Com mais de década na carreira e responsável pela explosão do Tradição, no auge quando ainda contava com Michel Teló, Maria Cecília e Rodolfo e Gusttavo Lima, Maluf tem o olhar e aponta o critério primordial para o sucesso. “Tem que ter um diferencial. O artista tem que tentar fazer diferente e persistir”.

Henrique e Diego, assessorados por Maluf tem pela frente, após a festa da UCDB, a gravação do primeiro DVD da dupla, prevista para julho ou agosto.

Outro produto que também ganhou maior atenção com a explosão do sertanejo. O que antes era feito para marcar anos de carreira, agora é trabalho essencial de qualquer dupla. “Hoje as pessoas ouvem a música, mas não ligam à dupla. Se não tem o DVD, não sabem que é. O DVD não, tem música e todo mundo sabe quem canta, é a realidade vivida nas casas brasileiras. De cada 10, oito tem aparelho em casa”.

Questionado sobre o local para gravação do trabalho da dupla, Maluf desconversou. Disse que o momento não é de um local ou estrutura grandiosa e sim de conteúdo. “Tem que ser grande no seu repertório, nas participações. Vale o que vai gravar e quem vai gravar”, explica. Uma das presenças já confirmadas é de Gusttavo Lima.

Durante a entrevista, Maluf confessou que curte Luan Santana. “Tenho o cd dele no carro e na minha casa, curto demais o som dele”, é contra a denominação sertanejo universitário. “A coisa ficou séria. Fez mestrado e tudo mais, é muito profissional para ser universitária” e agradece a todo tempo a própria projeção ao grupo Tradição.

“Foi com o Tradição que explodi como produtor. A gente tentava levar a banda para fora e eles me deram essa oportunidade. Até então o Tradição não fazia show, só baile. Aprendi muito, consegui shows e eventos. Desde então, Mato Grosso do Sul nunca mais foi o mesmo, foi o Tradição que levou o nome do Estado para fora”.

Maluf brinca ao dizer que não toca nada “nem copo” e tem orgulho quando fala que o melhor show que já assistiu foi o primeiro Duelo de Gigantes, pensado e produzido por ele. “Foi um dos melhores shows que vi até hoje. Foi com Tradição e Edson e Hudson. Eles fizeram um solo, foi um baita show, a gente esperava 4 mil e foram 20 mil pagantes”, relembra.

Questionado se com o crescimento do sertanejo vê uma nova safra de empresários vindo e quem sabe, um deles para substituí-lo no ramo, ele desconversa. “Vamos trabalhar, vamos trabalhar. Em primeiro lugar, agradeço a Deus, sou grato e acredito que tudo na minha vida seja uma consequência do que foi plantado. O objetivo é tentar projetar artistas para o infinito”. O que realmente está sendo cumprido.

O filho de Eduardo Maluf nasceu no dia 1º junho, em Campo Grande.

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