Com temperatura baixa, movimento nas ruas é tímido durante o feriado
O frio chegou com força em Campo Grande e fez as pessoas tirarem os casacos dos guarda-roupas. No feriado em plena quinta-feira, o movimento cresceu devagar, junto com a temperatura
O frio chegou com força em Campo Grande e fez as pessoas tirarem os casacos dos guarda-roupas. O feriado em plena quinta-feira, que para muitos será prolongado com o final de semana, teve movimento tímido nas ruas no início da manhã de hoje (7), e foi crescendo devagar, junto com a temperatura.
Mesmo os termômetros marcando 8°C, Jairo Dorval, 53 anos, manteve a rotina de caminhada, porém, hoje um pouquinho mais tarde do que o habitual. “Costumo fazer meus exercícios geralmente às 7h30, mas hoje, como está mais frio e o sol não está quente, comecei às 9h”, conta.
O motivo de tanta determinação para sair debaixo das cobertas, vestir um abrigo e encarar o frio é a saúde. “Ordens médicas, por causa da pressão alta, não posso relaxar”, destaca Jairo, policial civil aposentado, completando que há dois meses segue à risca a orientação de praticar caminhada pelo menos seis dias na semana.
Outra figura encontrada nas ruas da Capital foi a dona de casa Lucineia Rodrigues Ribeiro, 33 anos, que estava com a sobrinha Aline Fabiana Rodrigues Ribeiro, 17 anos. As duas levantaram cedinho para participarem de um evento da igreja, mas esqueceram de sair debaixo da coberta.
Elas foram enroladas no edredom para ver se amenizavam do frio. “Quase trouxe meu travesseiro junto, mas daí era demais, né?!”, brinca Lucineia. A sobrinha dela conta que foi dormir às 2h, assistindo televisão, e sentiu acordada o frio que fez durante a madrugada, de sensação térmica de 0°C. “Foi difícil conseguir dormir, eu tremia”.
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Mas o frio judiou mesmo de quem passou a noite ao relento, como é o caso do morador de rua Thiago Ferreira Guimarães, de 32 anos, que acabou achando abrigo nas dependências de um restaurante, na rua Maracajú.
Sentado em um banco na Praça do Rádio Clube, no final da manhã de hoje, ele tinha no banco uma sacola e uma garrafa com suco de limão de saquinho, para rebater a ressaca das cervejas que tomou ontem. Thiago conta que para suportar o frio só com álcool.
"Estava com meu sapato e as minhas roupas molhadas, a cerveja dá sonolência e ajuda a dormir mais rápido", justifica. Ele fica no centro para cuidar carros, e, segundo afirma, ontem o movimento foi bem fraco por causa do mau tempo. "O dinheiro que consegui só deu para comprar comida e a minha bebida".
Com o rosto vermelho por causa do vento gelado de hoje, ele dividia um pedaço de pão com os pombos da praça, enquanto buscava um pouco de sol para ver se conseguia secar a única peça de inverno que tem para vestir.