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Consumo

Cabelo longo mostra dependência e curto expressa controle, diz guru do visagismo

Elverson Cardozo | 25/08/2014 06:51
Na Feira do Empreendedor de MS, Philip Hallawel falou sobre a psicologia da imagem a serviço do profissional da beleza. (Foto: Alessandro Martins)
Na Feira do Empreendedor de MS, Philip Hallawel falou sobre a psicologia da imagem a serviço do profissional da beleza. (Foto: Alessandro Martins)

Você gosta de mudar o corte de cabelo ou usa o mesmo há anos? Já pensou em radicalizar, cortando diferente e pintando? Quem não tem medo de mudança vive dizendo que “cabelo cresce”, mas quem não cogita a possibilidade diz, na maioria das vezes, que já se acostumou e gosta do tradicional.

Mas cada rosto, cada imagem, esconde um segredo. Quem é a mulher por trás das longas madeixas? E quem está à frente dos fios curtíssimos, à La Joãozinho? E do Chanel de bico? Você pode não acreditar, e discordar, mas seu cabelo e seu estilo dizem muito sobre você.

“Quando se tem cabelo comprido, o olho segue a linha do cabelo e vai para o chão. Isso expressa dependência de alguma forma ou submissão. Pode ser uma dependência clássica, de homem, dependência financeira... É por isso que as igrejas querem mulheres de cabelo comprido”.

A explicação é do “guru” do visagismo no Brasil, precursor do conceito no país e referência mundial, Philip Hallawel, que esteve em Campo Grande, neste domingo (24), para uma palestra na Feira do Empreendedor de Mato Grosso do Sul. Ele falou sobre psicologia da imagem a serviço do profissional da beleza. Antes da apresentação, tirou um tempo para a imprensa, explicou o conceito do visagismo e citou alguns exemplos.

Ainda sobre cabelos longos, Philip esclareceu que a dependência maior é em relação a aceitação social. “Como todas [a maioria] mulheres tem cabelos longos, algumas tem medo de cortar e não ser aceita mais no seu grupo. E ela é dependente dessa aceitação. Quando ela corta, você ganha independência, passa força”, diz.

Do lado oposto tem as que preferem o curto, curtíssimo, o “Joãozinho”. Outras são adeptas do Chanel que, segundo ele, é um corte que fecha. “A mulher fica rígida, controladora”, afirma.

Sophie Charlotte cortou o cabelo para as gravações do remake "O Rebu", na Rede Globo. (Foto: Reprodução/Internet)
Sophie Charlotte cortou o cabelo para as gravações do remake "O Rebu", na Rede Globo. (Foto: Reprodução/Internet)

É por isso, prossegue, que os homens, salvo as devidas exceções, não são tão adeptos do estilo. Alguns têm medo porque acham que o corte vai masculinizar ou envelhecer a mulher, mas isso não é regra, como também não é a expressão de dependência que, em alguns casos, vem do cabelo longo. Gisele Bündchen, por exemplo, não se enquadra nessa interpretação. A modelo tem o cabelo elogiado por profissionais que consideram o penteado bastante sensual.

E é por isso que a técnica tem papel tão importante na composição da imagem. O que é bom para um não é bom para o outro. “O visagismo nada mais é que a arte de personalizar uma imagem e parte do principio de que a imagem de uma pessoa é sua identidade visual”.

Mas o trabalho vai além. Não é só corte, até porque passar a tesoura ou manter as madeixas não garante uma boa imagem. Na palestra, o especialista ensina o que é a linguagem visual e o que as linhas, formas e cores representam.

Tudo isso para que o profissional tenha condições de fazer uma leitura da imagem do cliente, “em termos de roupa e todos os aspectos”. “Daí se faz uma consultoria para ajudar a pessoa refletir sobre o que ela deseja expressar. O grande diferencial é esse. Não é o profissional que dita para o cliente o que ele quer fazer. Você trabalha em cima de uma proposta que vem do cliente”.

Mas às vezes os clientes erram, especialmente as mulheres. Se falando em imagem, isso é muito comum, “mais comum que raro”, ele ressalta.

Paula Burlamaqui no papel de Soninha Catatau, em Avenida Brasil. Atriz alongou as madeixas para viver uma evangélica. (Foto: Reprodução/Internet)
Paula Burlamaqui no papel de Soninha Catatau, em Avenida Brasil. Atriz alongou as madeixas para viver uma evangélica. (Foto: Reprodução/Internet)

“Há um problema do que se pensa que é atraente. A mulher geralmente pensa na atração somente mulher x homem. É uma coisa mais sensual/sexual, mas, na realidade, a atração é você expressar qualidades inerentes, que são verdadeiras. Quando você expressa, por exemplo, dinamismo, força, romantismo ou suavidade, são coisas atraentes tanto para um homem, quanto colega ou cliente”, esclarece.

Como exemplo do que não se deve fazer, Phillip cita a figura de uma advogada sensual. “Como você vai passar credibilidade?”, questiona. “Uma advogada não tem que passar sensualidade. Ela não vai seduzir o cliente. Tem que passar a imagem de alguém com credibilidade, que tem conhecimento e capacidade intelectual”, completa.

O trabalho do visagista é focado principalmente no temperamento do cliente, mas estilo de vida e capacidade da pessoa manter a imagem também são pontos estudados.

“Eu ajudo a pessoa a refletir sobre o que vai trazer benefícios a ele, o que vai ser bom e o que não vai, tanto na vida profissional como pessoal. É disso que a pessoa precisa”, comenta, ao dizer que as mesmas regras se aplicam aos homens, mas, neste caso, avalia-se barba, bigode, topete, entre outras particularidades.

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