Carol cria brechó delivery de peças plus size e faz entrega em Fusca de 1979
Ela entrega as peças embaladinhas e com uma mensagem especial feita à mão de agradecimento.
Carol Caco canta em duas bandas, toca baixo em outra e estuda diariamente para conquistar uma vaga no curso de Música de uma universidade pública. Em razão disso, abandonou o emprego no último ano e deu um jeitinho de sobreviver com algo que ela adora, roupas de brechó. O interessante é que ela vende roupas no “delivery”, as peças veem dentro de um pacotinho fofo e a entrega é feita no seu maior companheiro, o Fusca de 1979.
O negócio começou há um ano, mas era paralelo a outros empregos de Carol. Só quando decidiu estudar é que o brechó virou trabalho fixo. “Era mais uma coisa paralela, com intuito de desapegar de peças que eu tinha. Quando vi que estava conseguindo vender, comecei a garimpar outras peças, mas como eu jé tinha outro emprego, fui deixando de lado e o projeto acabou “morrendo”. Agora não é paralelo, é meu emprego mesmo”, conta.
Quando deu vida ao brechó, quis fazer as entregas de um jeitinho mais profissional. Por isso, as entregas são feitas de fora cuidadosa, em pacotinhos de papel pardo encomendados por Carol. Ela é quem cuida das procedências das roupas e garante vender somente peças em bom estado de uso.
O diferencial é que ela sempre dá prioridade a peças plus size porque sabe o quanto faz falta tamanho maiores no mercado de peças usadas. “Até porque uso tamanho grande”.
Além dos saquinhos, ela escreve à mão recadinho para as clientes. “Mandei fazer um carimbo com a logo do brechó. Sempre deixo uma mensagem para quem adota as peças também, dentro do saquinho, agradecendo. É meio que um ritual. Eu lavo as peças, passo, dobro bonitinho, coloco nos saquinhos com a mensagem e separo para a entrega”.
O que chama atenção na hora da entrega é o Fusca antigo que é chamado de “Garçom”. “Os meus amigos apelidaram quando comprei ele porque parece um garçom vestido de smoking por causa do detalhe preto que há nele”.
Carol diz que sempre gostou de carros antigos e sonhava ter um. “Quando fui comprar ele, era de um senhorzinho que não podia tirar carteira porque não enxergava direito. Comprei dele e ele chorou quando vendeu, pediu para eu cuidar muito bem”.
Carol pagou barato no veículo porque Garçom precisava de uma boa reforma e viveu muitas aventuras. “Desde então, foram vários perrengues. Já tive que amarrar o acelerador com elástico de cabelo para chegar em casa. Por várias vezes já fiquei na rua com ele, mas nunca pensei em vender. Nem quando fiquei morando em SP por alguns meses deixava de pensar nele”.
Quem tiver interesse nas peças do Gato Preto Brechó pode entrar em contato com Carol pelo @gatopretobrecho.cg
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