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Consumo

Detetive agora usa até drone para flagrar pulada de cerca em apartamentos

Profissional diz que sempre acha algo e já foi contratado pela mesma pessoa 12 vezes

Thailla Torres | 23/11/2016 06:15
Drone é usado para que o investigado nem imagine que está sendo vigiado. (Foto: Marina Pacheco)
Drone é usado para que o investigado nem imagine que está sendo vigiado. (Foto: Marina Pacheco)

Do lado de fora, uma portinha pequena nem revela a identidade do lugar. Sem tempo de tocar a campainha, a porta abre automaticamente, assim que o carro estaciona. Lá dentro, um escritório com menos de 20m², decoração sofisticada e drones, acessórios super utilizados hoje na busca de infiéis.

Na escritório do detetive particular Roberto, que prefere não revelar a idade e nem o sobrenome, são dezenas de pessoas que investem na investigação. A maioria dos casos, 70% deles são conjugais, de homens ou mulheres querendo confirmar uma traição. 

A clientela maior é feminina, com idade média de 50, garante. "Geralmente estabilizadas financeiramente e casadas. E não é só infidelidade, mas algumas buscam mentiras do dia a dia, como lugares que os parceiros frequentam e ninguém sabe", conta.

Na atividade há 10 anos, Roberto investiu na tecnologia porque quebra um galhão. O trabalho pode variar de 4 a 15 dias, tudo depende do caso. O drone, claro, serve para deixar pistas e para o investigador passar despercebido. "Foi uma alternativa para registrar imagens sem que ninguém perceba que está sendo fotografado. Aquela hora que o investigado olha pra trás e não vê ninguém", explica.

Exemplo de relatório mostrado ao cliente. Só que agora tudo é digitalizado. (Foto: Marina Pacheco)
Exemplo de relatório mostrado ao cliente. Só que agora tudo é digitalizado. (Foto: Marina Pacheco)

Com drone é possível saber se a pessoa está em alguma residência e até em prédios, sem nem precisar de estratégias para acesso ao apartamento. "A gente consegue ver se um carro está na garagem, os locais que a pessoa percorre e em casos de distância em que fica mais difícil chegar, como sítios e edifícios", explica. 

Sobre a invasão de privacidade, inclusive, de quem não tem nenhuma relação com a história, Roberto jura que as imagens feitas em apartamentos não entram no relatório, servem apenas para conferência. "A gente não publica imagem do interior da residência, é apenas para saber se a pessoa está ali e com quem". Além do drone, aparelhos modernos de captação de áudio e imagens também são utilizados.

Na maioria dos casos, a traição é confirmada, o que prova que o sexto sentido quase nunca falha. Segundo o investigador, em quase 50% das situações a surpresa vem em dobro. A pessoa descobre que, além de infiéis, o marido é gay ou esposa é lésbica. "Isso acontece em muitos casos, não chega a ser mais da metade. Mas é quase", comenta.

Depois que a investigação fica pronta, todo material é digitalizado e criptografado. "Nós não materializamos nada. Até os contratos são picotados após o serviço e os dados são criptografados com uma senha segura, para garantir o sigilo", garante. 

Apesar do pedido de clientes, Roberto jura que não faz nenhum tipo de serviço proibido. "Não fazemos interceptação telefônica, porque é um crime e nem investigação criminal, porque isso compete à Polícia Civil. Existem casos bem comuns que o cliente pede, mas a gente tem que negar todos. Porque o que eu menos quero é problema", diz.

Drones e escutas modernas que passam despercebidas, são acessórios fundamentais. (Foto: Marina Pacheco)
Drones e escutas modernas que passam despercebidas, são acessórios fundamentais. (Foto: Marina Pacheco)

Além dos casos de adultério, as investigações ocorrem para fins judiciais e até familiares. "Temos casos de localização familiar e até processos trabalhistas, em que o funcionário alega estar com problema na coluna e a gente obtém provas de que a pessoa está em plena atividade", esclarece.

Não tem como saber a verdade, mas Roberto afirma que até seleciona os clientes. "Aqui a gente não trabalha para agiota e não investiga quem não tem um relacionamento oficializado", diz.

Roberto é advogado e a ideia de trabalhar como detetive veio depois de acompanhar processos, em que o serviço era utilizado como prova. "Notei que era importante coletar algumas provas e comecei achar interessante. Essa questão conjugal é um mercado bem vasto, porque além da infidelidade, prestamos uma consultoria depois, para que a pessoa consiga coletar informações sozinha".

Muitas das vezes, essas provas não saõ apenas para desmascarar o infiel, mas também ajudar em negociações durante um processo de divórcio.

O detetive não quis revelar o preço, mas pelo mistério, o serviço não parece ser dos mais baratos.

Ele ainda garante que, mesmo que não haja infidelidade, alguma coisa será revelada. "A gente vai na investigação até achar tudo. Nem sempre a pessoa trai, mas tem coisas que o cliente nem imagina que a pessoa faça e a gente acaba descobrindo. Por isso já teve cliente que contratou a gente por 12 vezes", revela.

Informações pelo site.

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