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Consumo

Escassez de gás fez Pereira criar fogão à lenha portátil no Guanandi

Greve nacional dos caminhoneiros mudou o jeito de ganhar a vida do metalúrgico

Danielle Valentim | 18/06/2019 06:56
Solução para a dificuldade virou sucesso. (Foto: Danielle Valentim)
Solução para a dificuldade virou sucesso. (Foto: Danielle Valentim)

Há males que vem para a inovação. Pelo menos é o que diz o metalúrgico Milton Pereira, de 58 anos. Durante a greve nacional dos caminhoneiros em 2018, ele começou a produção que já manda para fora de Mato Grosso do Sul. Com a escassez de gás em quase todo o País, Pereira criou um fogão à lenha portátil, a pedido de amigo, e a solução para a dificuldade virou sucesso.

A paralisação geral dos motoristas de caminhão foi de ‎21 a 30 de maio de 2018. Os dez dias foram suficientes para alimentos sumirem das gôndolas dos supermercados, combustível esgotar nas bombas e, claro, botijões secarem.

Pereira conta que é metalúrgico há 20 anos, mas que há um ano decidiu trabalhar só na fabricação do fogão à lenha portátil. O formato nem sempre foi o mesmo e até nisso, a produção evoluiu. “Durante a greve dos caminhoneiros surgiu a necessidade devido a falta de gás e fiz três dos botijões de gás de geladeira e o pessoal começou a pedir. Daí fui mudando até chegar nesse modelo”, conta.

Pereira conta que é metalúrgico há 20 anos, mas que há um ano decidiu trabalhar só na fabricação de fogão à lenha portátil. (Foto: Danielle Valentim)
Pereira conta que é metalúrgico há 20 anos, mas que há um ano decidiu trabalhar só na fabricação de fogão à lenha portátil. (Foto: Danielle Valentim)
Ele lançou também a chapa na lenha, devido ao elevado número de acidentes com álcool nos bifes na chapa (Foto: Danielle Valentim)
Ele lançou também a chapa na lenha, devido ao elevado número de acidentes com álcool nos bifes na chapa (Foto: Danielle Valentim)

Fogões à lenha com pedra de mármore saem a R$ 180. Sem a pedra com duas bocas custam R$ 150. As bocas adaptadas por Pereira podem ser retiradas para o cozimento de o alimento acontecer direto fogo. Se preferir somente esquentar a refeição é só tampar a chama com a chapinha.

Entre as produções, Pereira lançou ainda a chapa na lenha, devido ao elevado número de acidentes com álcool nos bifes na chapa. A armação é esquentada a base da madeira e completa custa R$ 200. Churrasqueiras na chapa 18 também são produzidas na oficina do metalúrgico e variam entre R$ 400 e R$ 600. 

Fogões à lenha com pedra de mármore saem a R$ 180. (Foto: Danielle Valentim)
Fogões à lenha com pedra de mármore saem a R$ 180. (Foto: Danielle Valentim)
Sem a pedra com duas bocas custam R$ 150. (Foto: Danielle Valentim)
Sem a pedra com duas bocas custam R$ 150. (Foto: Danielle Valentim)

Nascido em Maringá, Milton chegou a Campo Grande em 2003, para trabalhar numa empresa. Mas desde a greve é o dono do próprio horário. Casado e pai de um único filho, Pereira vive com a esposa no Bairro Guanandi. “Sempre sustentei a casa com essa profissão. E não pretendo parar. Eu mando numa empresa para eles dobrarem e eu vou montando e vendendo”, diz.

As peças saem muito na região, mas já foram vendidas para clientes de São Paulo, Corumbá e Ribas do Rio Pardo. Muitos casos, Pereira suspende a venda por não poder levar tão longe. “Eu estou começando e às vezes gente de São Paulo comenta no Facebook pedindo, mas o frete fica muito caro”, frisa.

Alguns clientes mandam fotos das comidas sendo preparadas nos fogões e Pereira fica todo orgulhoso com o resultado. “Vou testar outros modelos que estão na mente”, finaliza. 

Contato pelo telefone (67) 99310-0400.

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