Fãs de action figures se reúnem para expor coleção com peças de até R$ 1,2 mil
O céu é o limite para os colecionadores de bonecos de ação, peças variam de R$ 60,00 a R$ 12 mil
Desde 2015, o Encontro de Action Figures e Dolls é uma festa de colecionadores e curiosos. Ontem, a 9ª edição aconteceu na Galeria São Jorge, para pouca gente, cerca de 70 pessoas, mas com muitos bonecos de ação, estandes de vendas de itens personalizados e feira de trocas.
Originalmente, a ideia era montar um pequeno grupo no Whatsapp, para facilitar a comunicação e a troca das peças, de maneira bem informal e entre amigos. De indicação em indicação, o grupo cresceu e hoje são cerca de 60 colecionadores de todo o Estado.
O arquiteto Marcos Maravieski, de 35 anos, é um dos idealizadores do evento, que também tem relação direta com o canal do youtube Baguete Apimentado, voltado para o universo geek que virou uma das principais plataformas de divulgação dos encontros por aqui.
Marcos coleciona bonecos de ação desde os 18 anos. Foi durante um trabalho da faculdade sobre o tema que ele redescobriu a paixão de criança. Daí em diante, se tornou coisa séria e ele decidiu investir no hobby.
"Meu pai sempre disse que para colecionar actions figures é preciso ter personalidade, você é uma pessoa diferente de todo mundo. E isso é verdade", conta o arquiteto que atualmente é o maior colecionador de funkos pop's, aqueles bonequinhos cabeçudos que dão graça aos personagens. Já são 350 itens catalogados com a ajuda de um aplicativo para não perder a conta.
Aos 37 anos, Leonardo Siqueira é colecionador desde os 23 e também faz parte da organização do encontro. Conhecido nos eventos por ser fascinado pelo Superman, ele calcula já ter mais de 500 itens em sua coleção. "Sou um dos maiores do Brasil dentro do seguimento", garante.
Sem retorno financeiro, os eventos acontecem apenas pelo prazer de reunir os amigos em um único dia, trocar e vender itens antigos para renovar a coleção e conversar sobre o assunto favorito: os action figures.
A meta agora é montar uma associação para "dar uma cara mais oficial para o grupo" e possibilitar a realização de eventos maiores. "Apesar de Campo Grande ainda não ser tão forte nisso, o mercado brasileira movimenta cerca de 2,3 bilhões de reais todos os anos, somos um pais que absorve muito a cultura geek", afirma Leonardo.
O bom, segundo eles, é que a paixão sustenta o hobby, diz Marcos. "É um mercado que mesmo com a crise não quebra".
A brincadeira pode sair caro. É possível encontrar peças entre R$ 60,00 e R$ 12 mil. Tudo depende do fabricante, do número de edições, da articulação do boneco e dos detalhes que variam desde as expressões faciais até da roupa, que em alguns casos são feitas de tecido de verdade. "Quando o produto sai da loja, ele só valoriza. Além de todas essas coisas, existem linhas chamadas hot top, que são séries especiais e com uma tiragem pequena. Normalmente quanto mais raro, maior o preço", explica Marcos.
Colecionador há 15 anos, Ronie Solano frequenta o evento desde a primeira edição, para ele o que vale é trocar experiência com quem divide o mesmo amor pelas figuras de ação. Dessa vez, ele finalmente tomou coragem para expor a própria coleção e levou até um Optimus Prime que custa R$ 1.2 mil por ser uma reprodução tão perfeita que é quase uma obra de arte, o que eles chamam de masterpiece. "Meu receio sempre foi pela segurança da coleção, tanto que meus itens favoritos não estão aqui hoje", revela Ronie ao falar do ciúmes da coleção do filme Predador que tem cerca de 50 peças.
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