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IBGE padroniza nomes dos municípios e muda o que está no mapa

Ângela Kempfer | 23/09/2011 13:11
São Gabriel do Oeste, não tem apóstrofo.
São Gabriel do Oeste, não tem apóstrofo.

Na era do GPS doméstico, o IBGE resolveu ajudar aquelas dúvidas que chegavam a travar debates quentes sobre os nomes dos municípios e outras localidades têm o ponto final com a publicação do Banco de Nomes Geográficos do Brasil.

Os técnicos viajaram pelo País e catalogaram tudo, inclusive, nomes de vilas, fazendas, regiões e hidrografia. Em Mato Grosso do Sul, o mapa oficial terá de mudar, porque alguns lugares passam a ter grafia diferente da usada até agora. As leis municipais são a base para a derradeira padronização.

Batayporã, que no mapa aparece com o “i”, tem oficializado o “y”, que em guarani significa “água”. Já dizia o professor que para saber quem chegou primeiro ao Estado só é preciso conhecer os nomes dos municípios, a maioria de origem indígena.

Mesmo assim, a dúvida fazia recorrer sempre ao quadro na parede para acabar com a controvérsia, o que agora não vale mais. O estudo do IBGE também vai relatar curiosidades sobre cada local, com o histórico dos nomes. Mas por enquanto só estão disponíveis os arquivos do Paraná e do Rio de Janeiro.

Mas os sites das prefeituras antecipam a informação. Batayporã, por exemplo, significa “Água Boa do Bata”, referência ao checoslovaco Jan Antonin Bata, fundador em 1942. O “rei dos sapatos”, como era conhecido, fugiu dos nazistas e criou 80 municípios pelo mundo, 2 em Mato Grosso do Sul. Ele ´também o criador de Bataguassu, que poderia ter o nome com "ç", se a origem indígena fosse levada a sério. Guaçu significa grande em guarani.

São Gabriel do Oeste não tem o apóstrofo, o que ainda gerava dúvidas. Laguna Carapã também terá de ser corrigido no mapa. O município perdeu definitivamente o “a” dobrado, que por tempos remetia à origem indígena “caa”, que significa qualquer tipo de planta, mato, mas também pode ser “carapa” que representa água.

Batayporã sempre teve Y, não i, como no mapa.
Batayporã sempre teve Y, não i, como no mapa.

Já os 2 “as” de Caarapó continuam, preservando o significado “raiz de erva”.

Os dois municípios surgiram em decorrência da exploração da erva mate e serviam de pousada para funcionários da Companhia Mate Laranjeira.

Outra dúvida, Aparecida do Taboado é, conforme a padronização do IBGE, com "o" e não "u".

O link para o Banco de Nomes Geográficos do Brasil é o . Manusear é muito simples, basta digitar o nome da localidade ou do município a ser pesquisado.

São mais de 50 mil nomes geográficos catalogados, com grafia padronizada, limites territoriais, coordenadas, e aspectos históricos, geográficos e cartográficos.

Até o início de 2012, o banco receberá a carga dos nomes geográficos do mapeamento de parte de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, para só depois dos outros estados brasileiros.

O projeto começou em fevereiro de 2005. “O estudo dos nomes geográficos com seus atributos contribui para a qualidade das informações cartográficas. Além disso, são considerados um patrimônio, pois, através deles, pode-se identificar padrões de ocupação, identidade e diversidade linguística. A ausência de padronização gera, entre outras consequências, carência de subsídios para documentação e litígios em questões fundiárias e territoriais”, justifica o IBGE.

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