Na modinha da folia em 2019, estilista cria pochetes exclusivas em Campo Grande
Para incrementar a fantasia, pochetes podem ter formatos e cores diferentes
A pochete foi febre nos anos 80 e 90. De modelos infantis coloridos aos adultos, ela estava na cintura de muita gente. Depois, caiu no esquecimento até ser taxada de brega e voltar às ruas nos últimos anos.
Na época de Carnaval, a pochete além de compor o look facilita a vida de quem vai cair na folia e pode guardar os documentos e o celular junto ao corpo. De Corumbá e morando em Campo Grande há seis anos, o estilista Fernando Rodrigues, 34 anos, não era adepto do acessório, mas, pela praticidade decidiu fazer a sua própria pochete pouco tempo antes de sair de casa para atender às clientes. Simples, vermelhinha e sem muitos detalhes, levou tesoura, linha e agulha. O acessório logo chamou atenção e as encomendas foram aparecendo.
Em um mês produzindo e vendendo as pochetes foram cerca de 20 unidades vendidas. As pochetes feitas por Fernando têm valores entre R$ 40 e R$ 60 e são feitas de materiais como courino, PVC, paetês, glitter, neoprene e tecido. Os modelos são quase exclusivos, pois o estilista evita confeccionar modelos totalmente iguais.
“Até agora, só dois modelos eu repeti e foram para o Rio de Janeiro. Eu não quero ficar fazendo repetido, porque bem ou mal, a cidade é pequena e a pessoas que compram costumam frequentar os mesmos lugares. Quando faço é em outra cor para não ficar igual”, explica.
As encomendas podem ser personalizadas ao gosto do cliente. O estilista também já mandou quatro pochetes para o Rio de Janeiro em que a cliente pediu um zíper mais escondido, para mais segurança no Carnaval carioca.
“Vai ser o carnaval da pochete. É uma coisa meio antiga, mas que voltou totalmente repaginada. Antigamente era aquela cheia de bolso, preta ou cor neutra. Hoje é totalmente colorida e de diversas formas, não é só a básica quadradinha”.
A costura profissional entrou na vida do estilista após uma crise de ansiedade. Ele se dividia entre o trabalho em uma loja de shopping e em um call center. Um dia, passou mal, não aguentou o estresse e foi parar no hospital.
“Tive uma crise e parecia que teria um infarto. O médico disse que era ansiedade e que precisava procurar um psiquiatra. Falei: eu não vou tomar remédio e comecei a costurar todos os dias”.
Até pouco tempo, ele ainda trabalhava meio período no call center, mas, como as encomendas cresceram, decidiu investir no que gosta de fazer. Por enquanto, a maior parte das clientes são para roupas de festa, formaturas e fantasias.
“Lá em Corumbá eu mexia um pouquinho em roupa para mim, depois que eu vim para cá, fiz faculdade de moda, depois fiz curso técnico em costura industrial e comecei a trabalhar com isso. Mulheres principalmente, vestido comum, vestido de festa. Depois, em função de eu frequentar as boates LGBT, eu conheci a arte drag e comecei a costurar muito as roupas das drago para shows”.
As encomendas podem ser feitas pelo WhatsApp, Instagram ou pela página no Facebook. Fernando vai concentrar a produção e atender em Campo Grande até o começo de março. Nos dias de Carnaval (3 a 5 de março) estará em Corumbá, para onde também vai levar as pochetes e aproveitar para vender no maior Carnaval do Estado.