Agente de saúde é coroada como nova Miss Transexual de MS
Nanda é a nova Miss Trans após a candidata vencedora anterior perder o título com acusações de ter sido racista
Em outubro, a organização do concurso Miss Trans Mato Grosso do Sul anunciou que Mariane Cordon Cáceres, vencedora do concurso no final do ano passado, perdeu o título conquistado após ser acusada de racismo contra vencedora da etapa nacional da competição que ocorreu no mesmo mês e ganhar as redes sociais de forma negativa. Neste fim de semana, o concurso entregou a coroa a nova representante, a corumbaense Fernanda Aguero da Silva, de 25 anos.
Fernanda já foi destaque no Lado B, quando contou sua história e relação afetiva com o samba após desfilar pela primeira vez como rainha de bateria no Carnaval de Corumbá, em 2019. Ela desfilou representando a escola Caprichosos de Corumbá.
Agente de saúde e educadora física, ela se declara apaixonada pelo Carnaval. Cinco vezes Madrinha Gay da Império do Morro e também da Caprichosos, ela sempre sonhou em fazer parte da ala das passistas. Mas olhares e julgamentos tentavam dizer que o samba não era o seu lugar.
Agora, ela também faz parte do Miss Trans como coroada e demonstra satisfação pelo reconhecimento. “Corumbá vem batendo na trave nesses últimos anos, então esse título tem muita importância, além de ser sonho das meninas transexuais e travestis da nossa cidade”, explica.
Sobre como foi assumir a coroa no contexto em que sua antecessora perdeu o título após acusações de racismo, Fernanda se limita a dizer que sabe da sua responsabilidade. “Sei que estou preparada para fazer um reinado humilde, acessível e com muito respeito ao próximo”, diz.
Ela também afirma que pretende quebrar tabus. “Quero romper isso de que o Miss Trans é só beleza. Estou aberta para aprender e conhecer inúmeros projeto, além de levar isso para o público através desse reconhecimento”, afirma.
Nanda se reconheceu como mulher ainda na adolescência, mas com pouca informação, o processo de transição só começou aos 18 anos.
Entenda o caso – A candidata anterior perdeu o título após vídeo gravado pela modelo sul-mato-grossense, que foi postado em sua rede social, na manhã seguinte ao resultado do concurso nacional. Nas imagens, Mariane aparece se referindo a candidata do Rio de Janeiro, Eloá Rodrigues, por termo considerado racista.
“Representei lindamente o Estado do Mato Grosso do Sul, peguei um ‘Top 5’, que era minha intenção, mas eu sei que, de acordo com a minha desenvoltura e o meu resultado, eu merecia ir muito além e não deveria ter perdido ‘para isso’”, disse Mariane, na época, em vídeo publicado em seu perfil no Instagram.
A fala, rapidamente, foi replicada por usuários na internet e provocou centenas de comentários em desfavor da modelo.
Com isso, o título de Miss Trans MS passou a ser de Nanda Ferraz, representante de Corumbá, a 419 quilômetros da Capital.
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