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Diversão

Após reclamar de mulheres sem calcinha, igreja quer fim de cortejo

Ainda sem definição, decisão sobre roteiro sairá de reunião entre Sectur e Fundação de Cultura

Aletheya Alves | 16/02/2023 12:44
Cortejo é realizado tradicionalmente na 14 de Julho. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Cortejo é realizado tradicionalmente na 14 de Julho. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Após reclamar de mulheres supostamente tirarem as calcinhas no Carnaval de 2020, a IECG (Igreja Evangélica Comunidade Global) quer o fim do cortejo no trecho da 14 de Julho em que a instituição está localizada. Defendendo prejuízo ao fluxo em dias de reuniões e cultos, a igreja solicitou alteração no trajeto à Prefeitura de Campo Grande e Polícia Militar.

Tradicionalmente, o cortejo dos blocos Capivara Blasé e Cordão Valu sai da Calógeras, segue pela Antônio Maria Coelho, entra na 14 de Julho e finaliza na General Melo para retornar ao ponto de início. Neste ano, a IECG solicitou alteração para que os blocos não passem em frente à igreja, que fica na Rua 14 de Julho, entre a Avenida Mato Grosso e Antônio Maria Coelho.

Ao Lado B, a secretária de Cultura e Turismo, Maria Bethânia Gurgel, informou que o pedido realmente foi recebido pela Polícia Militar e Sectur (Secretaria de Cultura e Turismo). “Ainda não foi decidido porque a igreja fez essa solicitação, tivemos reunião com a PM e entendemos que a decisão caberia à Sectur em conjunto à Fundação de Cultura”.

Conforme a secretária, a intenção é que a decisão seja emitida ainda hoje após reunião entre os dois órgãos.

Em nota, a comunicação da IECG informou que o pedido surgiu devido às suas reuniões e cultos. “Nós estamos estabelecidos aqui há cerca de 30 anos, possuímos reuniões aos sábados e quatro cultos aos domingos. É inviável haver um movimento neste período do fluxo de entrada e saída dos membros”.

A IECG fica localizada na Rua 14 de Julho, entre a Avenida Mato Grosso e Antônio Maria Coelho. (Foto: Aletheya Alves)
A IECG fica localizada na Rua 14 de Julho, entre a Avenida Mato Grosso e Antônio Maria Coelho. (Foto: Aletheya Alves)

Ao contrário do que a secretária de Cultura e Turismo relatou, a igreja defendeu que uma nova decisão já foi emitida, reduzindo o percurso do cortejo. “Já foi definido anteriormente e confirmado hoje pelo Município que o cortejo teria outro trajeto, ou seja, sai da Esplanada, sobre a Avenida Mato Grosso e segue a 14 de Julho em direção à Feira”.

Após o último Carnaval de rua, em 2020, a IECG já havia protagonizado outra polêmica em relação às festividades. Na época, a bancada evangélica da Assembleia Legislativa fez um levante contra a folia de rua em Campo Grande após deputados alegarem ter ouvido reclamações de fiéis da igreja.

Na ocasião, Rinaldo Modesto (PSDB) disse que “mulheres tiraram as calcinhas em frente de igreja”, se referindo à IECG. Em resposta ao levante, mulheres fizeram um “calcinhaço” durante protesto no plenário do legislativo.

Sobre o pedido de alteração do trajeto, o fundador do bloco Evoé Baco, Fernando Cruz comenta que esse tipo de decisão vai contra os princípios do próprio Carnaval. “O cortejo foi criado pelos gregos há 5 mil anos, o que nós fazemos hoje é resgatar e manter nossa ancestralidade. O cortejo é a maior manifestação do Carnaval e quem decide o percurso é povo, é o bloco”.

Ainda de acordo com Fernando, intervenções como essa dão a entender que as discussões com os blocos para organização do Carnaval, no fim, não foram ouvidas.

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