Arraiá entre corumbaenses uniu tradição e cultura da terra natal
Com banho de São João e apresentação de quadrilha, evento serviu para corumbaenses matarem saudade de casa
Para matar a saudade da festa julina da terra natal, os corumbaenses se uniram e celebraram o Arraiá do Pantaná na noite de ontem (09). Realizado no CTG. Farroupilha, o evento animado contou com apresentações musicais e bancas de comidas típicas da cidade branca. A festa também reproduziu o banho de São João, que é um dos ápices da comemoração em Corumbá, a 419 km de Campo Grande.
Criada em 2020, a ASSCOR (Associação Corumbaense) foi a responsável por organizar a primeira edição do arraiá. O presidente Gilson Antônio, de 54 anos, fala sobre como o encontro é importante para enaltecer a cultura. “A gente não tem como mensurar, porque no São João, o próprio campo-grandense vai para Corumbá. Hoje tem o cortejo do santo e muita gente aqui vai se emocionar”, fala.
Outro destaque da noite de sábado foi a apresentação da quadrilha Raio do Luar, que no mês passado ganhou o concurso de Quadrilhas Juninas. O grupo veio direto de Corumbá para animar os conterrâneos que adotaram a Capital como lar permanente.
Confira o vídeo:
Responsável pela Raio de Luar, Fernanda Vanucci, de 63 anos, diz que o grupo carrega tradições que não podem ser esquecidas. “É uma quadrilha coreografada, mas que traz dentro dela os costumes e a tradição das quadrilhas de raiz. Isso eu fiz questão de continuar. Então, resolvi juntar o novo e o tradicional. É pra gente não deixar morrer, eu sou muito pela cultura”, enfatiza.
Além dessa apresentação de dança, o público pode prestigiar performances de danças bolivianas, forró e o show da Nação Baileira. É claro que a comida não poderia faltar, por isso, as barracas venderam comidas típicas de Corumbá, como saltenha, sarrabulho e refrigerante de erva-mate. Para completar o menu, pastel, espetinho, pipoca, bolos, milho cozido, arroz carreteiro, puchero e quentão.
Ontem, o Lado B realizou uma enquete para saber se os leitores acreditam que festas e encontros são importantes para manter as tradições culturais vivas. Com 85%, o sim venceu contra os 15% que optaram pelo não.
Morando em Campo Grande há oito anos, Lucinda Moraes, de 50 anos, ficou responsável por produzir as saltenhas da festa. A receita artesanal, que aprendeu com a sogra, foi uma das sensações e pratos mais requisitados da noite. Ela comenta que o encontro serviu para matar a saudade que sente da terra natal, pois não costuma sair com frequência. “Como eu fico o dia inteiro quase com a saltenha, eu não saio muito. Quando você encontra o pessoal de Corumbá é outra coisa, é gratificante", afirma.
Ao lado da barraca da família da Lucinda estava a dos ex-alunos salesianos do Santa Teresa. O grupo de amigos, que foi criado durante a pandemia, é formado entre aqueles que frequentaram o colégio em diferentes anos. Marcelo Sahid, de 52 anos, foi quem teve a ideia de unir a turma. Ele mora há quatro anos na cidade, enquanto a esposa Evelyn Sahid, de 52 anos, vive há 30 anos na cidade.
Ele comenta que o encontro é uma oportunidade de estreitar os laços de amizade e celebrar. “Nós não moramos mais em Corumbá e a gente sente falta dessa convivência do dia a dia. Então fica muito legal essa união nossa em Campo Grande. Estamos aqui matando a saudade das comidas típicas da terra e essa festa é maravilhosa”, conclui.
Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).