Bar tem máquina de bater ponto para os clientes e cardápio de mãe pra filho
A gíria “eita pega” virou nome de bar em um dos endereços que vem se confirmando como novo ponto da “boêmia” e gastronomia de Campo Grande, a rua Bom Pastor, no bairro Vilas Boas.
O boteco chama atenção de quem passa pela arquitetura da fachada e à noite pelo movimento das mesas espalhadas pela calçada. O curioso é que a brincadeira de bater ponto em bar, no “Eita Pega” é verdade. Já na entrada, a máquina e os cartões de clientes fiéis estão à disposição.
Há seis meses, as noites da auxiliar administrativa Nina Miliquini foram tomadas por muito trabalho e criatividade. Ela conta que a ideia era um boteco, nos moldes dos principais redutos da cultura de barzinho do País.
Moradora do bairro, Nina viu na vizinhança o local ideal para montar um negócio e escolheu a rua mais badalada da região. “Fiz com tanto carinho e convicção que não achei possível alguém não gostar.”
Tudo que ela curte em um bar, Nina deu jeito de colocar no seu. Desde cuidados básicos, como a cerveja sempre gelada, ao cardápio que deve servir no mínimo duas pessoas, uma sinuca... até a criação de um espaço destinado às crianças, e não só com um “pula-pula”.
Hoje, os filhos já estão grandes, não precisam de playground, mas Nina lembra da dificuldade de sair à noite com as crianças. Então, nos fundos da casa há games, jogos e uma televisão para entreter a criançada. “Coloquei no papel primeiro o que eu queria, o que me faz bem em um bar”, explica.
Os pratos favoritos dos filhos agora fazem parte do cardápio e levam o nome deles. O bife à parmegiana, prato preferido do mais velho, de 19 anos, ganhou o nome de “Seu Pedro”. Já o caçula de 9 foi homenageado com escondidinho de carne seca, o “Seu João”.
O arroz, famoso na família, é invenção da própria auxiliar e levar o nome de “Arroz da Nina”. Ela conta que em um dia de compras no Mercadão, comprou feijão de corda, bacon, calabresa, cheiro verde, carne de sol, manteiga na garrafa e misturou ao arroz. Deu certo. Os pratos servem duas pessoas e custam R$ 25,00.
A casa alugada por eles teve que ser readaptada. A solução diante da falta de dinheiro foi colocar a cabeça para funcionar e tirar até mesmo do lixo materiais para reaproveitamento.
Luminárias são feitas com capacete de obra e escorredor de macarrão. No banheiro, a graça é o teto, que imita o piso, e ainda uma privada como luminária. “A gente quis confundir ainda mais quem já está bêbado”, brinca.
O bar só não funciona as segundas. Em dias de domingo e de terça a quinta-feira, abre das 17h às 23 horas. Na sexta e no sábado, atende de 17h à 1h.