Caminhonete de 1978 vira palco de folk na Afonso Pena em saída de escola
Depois de 7 anos longe de casa, Jonavo volta com a turnê "Revoada", que terá outras duas apresentações na capital.
Fim de tarde na terra do sertanejo tem trilha sonora Folk, o estilo ganhou palco improvisado na carroceria da Ford F-100, fabricada no ano de 1978. A caminhonete foi atrativo tanto para os alunos da E. E. Joaquim Murtinho, em horário de saída, quanto de quem voltava para casa pela Avenida Afonso Pena.
Com voz e violão, o cantor Jonavo encarou o show de “volta para casa” na estreia da turnê “Revoada”, depois de 7 anos morando em São Paulo. Mesmo competindo com o barulho da garotada no fim do dia de aula e com o movimento dos carros, a caminhonete cumpriu bem o papel de reunir curiosos, que apesar de não conhecerem o estilo musical, se animaram com o ritmo do violão.
A estudante Andressa Nantes, de 16 anos, teve o primeiro contato com o folk e com o trabalho do cantor, mas viu a apresentação de maneira positiva. “Eu ouço de tudo, mas nunca tinha ouvido falar desse estilo, gostei. Agora eu vou atrás” afirma.
Também cantora, Meryn Rocha, de 19 anos, estava só de passagem, mas também parou para ouvir na companhia das amigas. Antenada nos rolês da cidade, ela diz ouvir de tudo e marcar presença nos eventos abertos da cidade, como os shows da concha acústica e até nos saraus do “Larica’s da Lú”, na Orla Ferroviária, mas não fazia ideia do trabalho de Jonavo, que deixou a cidade há muito tempo. “Nunca ouvi o trabalho dele, ouvi dizer que ele estudava aqui, no Joaquim Murtinho, e que é da época da Marina Peralta. Se ele fizer mais movimentos na cidade, vai ser legal. Esses eventos estão cada vez mais em falta e nós sempre vamos”, conta.
Já para Karolyne Domingos, 17 anos, o “diferencial foi cantar em cima da caminhonete”, que chama a atenção pela personalidade e estado de conservação. Quanto ao estilo de música, entre as adolescentes o desconhecimento foi unânime, mas a maioria saiu de lá dizendo ter interesse em descobrir mais desse mundo.
Entre os passantes, apenas Helena de Lima, 49 anos, estudante do turno da noite tinha mais familiaridade com o folk. ”Na minha cidade a gente ouve muito esse tipo de música, é maravilha chegar na aula e ter esse ritmo já nos recepcionando”.
Jonavo diz que a ideia da apresentação ao vivo veio da necessidade do artista estar “onde o povo está, independente de qualquer coisa. Para você ficar conhecido, para que as pessoas possam assimilar teu som, você precisa estar perto delas. Não existe mais essa barreira entre o artista e o público, já é uma coisa meio misturada”.
O local escolhido teve ares de nostalgia, na adolescência Jonavo estudou na Joaquim Murtinho, e não poderia ter local melhor para divulgar o próprio trabalho e tentar “reconquistar” o público sul-mato-grossense no mesmo processo em que foca as energias em reencontrar a própria essência.
“Revoada é um EP, um sobrevoo sobre a minha história. Estou me conectando com momentos da minha história e da minha vida. Eu morei os últimos 7 anos em São Paulo, onde eu já tinha uma zona de conforto e eu decidi empurrar isso ladeira abaixo e sair dessa zona de conforto, de novo. Voltar para a minha cidade, reconquistar as pessoas daqui, reencontrar as pessoas que estavam perdidas. O aspecto do imprevisível me agrada muito”, revela.
Em tom de quem recebe os amigos no quintal de casa, Jonavo ainda fará mais dois shows, para divulgar tanto a turnê, como a estreia da websérie que leva o mesmo nome do EP e que já tem dois episódios disponíveis no youtube. Com lotação para 60 pessoas, os ingressos para a sessão de sexta-feira (10) já estão esgotados, mas ainda é possível comprar pelo site as entradas para sábado (11) no valor de R$ 20. Com início às 21h na casa da família do cantor, na Rua Arlíndo Sampaio Jorge, 602.
Depois de Campo Grande, o cantor deve serguir para Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Argentina e Uruguai.
Para mais informações, acesse a as redes sociais do cantor clicando aqui.
Curta o Lado B no Facebook e no Instagram.