Campeã em experiência, quadrilha já se prepara para Arraial de Santo Antônio
As inscrições para participar do concurso de quadrilha de Campo Grande já começaram e vão até dia 21 de maio
O Arraial de Santo Antônio de Campo Grande acontece em junho. Por isso, os vovôs e vovós do grupo Fantasia já começaram os ensaios. A coreógrafa da equipe, Sonia Rolon conta que neste fim de semana será realizado a primeira reunião para definir o figurino da apresentação. A quadrilha é conhecida por levar variados temas e estilos de músicas para a dança caipira e vencer sempre. As inscrições para participar do concurso na Capital iniciaram na terça-feira (7) e vão até o dia 21 de maio.
Para a quadrilha, a criatividade vai mandar novamente. “Queremos misturar teatro, dança e a quadrilha tradicional. Estamos nos divertindo e trabalhando. O idoso precisa da dança, da música e do estímulo de se apresentar e ser aplaudido”, afirma.
As "damas e cavaleiros" que compõe o grupo são do CCI (Centro de Convivência de Idoso) Vovó Ziza participam da festa caipira há 15 anos. No entanto, a quadrilha Fantasia existe há dez. “São pessoas experientes na arte de dançar, de fazer coreografia. Os passos são mais difíceis, tem que ser decorados, saber contagem musical”, completa.
O grupo ensaia três vezes por semana, com duas horas de treino. “Acontece na parte da manhã. Só param para tomar uma água, comer um lanche, mas é rápido. Gostam de ensaiar, dançar”, relata Sonia. A vontade de participar do Arraial é tanta, que nem a chuva atrapalha. “Teve uma vez que choveu muito e achei que não iriam ao treino, porém foram. Os ensaios são agradáveis, brincamos e nesse meio a quadrilha vai surgindo”.
Sonia diz que o diferencial do grupo Fantasia é a criatividade. “Variamos no tema. Ora busco histórias da quadrilha, ora fazemos a quadrilha francesa, acontecimento histórico. Em 2018 aproveitamos a Copa do Mundo para apresentação. Foi uma dança que se passou na Rússia, com figurinos e passos russos e movimentos tradicionais”, disse.
“Nosso diferencial também é a música, não usamos sempre as mesmas. Pego outros gêneros, têm marchinhas, no meio coloco uma valsa. Essas coisas são agradáveis de ouvir e se ver, porque é uma mudança de movimentação que agrada o público”, falou. Para Sonia, o segredo para vencer o concurso é não encarar a quadrilha como repetição. “Não pode ver com cara de sempre”, disse.
Os figurinos da quadrilha são criados por Sônia, em conjunto com a diretora do CCI Maria Lúcia e com a ajuda de Francis Fabian, que desenha e confecciona os modelos.
Pega Fogo - O grupo Pega Fogo foi o grande campeão do concurso de quadrilhas do Arraial Santo Antônio de Campo Grande no ano passado. Eles se apresentam desde 2008 e já venceram cinco vezes. O professor de artes, Claudio Ovando Piuna é um dos criadores da equipe, que surgiu como a proposta de reunir amigos de escola. Na época, os estudantes estavam terminando o nono ano do ensino fundamental e desde então, sempre se reúnem no período de festa junina para dançar.
“Eles estavam no último ano. Hoje muitos se formaram, outros estão na faculdade. A primeira vez que participamos, ficamos com o segundo lugar e eles disseram que podiam mais, ai continuamos. Gostam de dançar e virou uma questão de amizade”, disse.
O professor relata que atualmente, a maioria de seus ex-alunos mora no bairro Estrela Dalva. “São amigos de longa data, estudaram desde o jardim de infância até o nono ano, depois cada um seguiu seu caminho. Quando chega a quadrilha, muitos dizem que não vão participar, porém ficam alvoraçados e já estão me ligando”, conta.
Claudio diz que todos os anos, o grupo se separa após a festa. “A gente some um do outro, mas nos reencontramos. Ganhamos o concurso de 2009, 2010, 2011, 2015 e 2018 e neste ano, quando estivermos com a quantidade mínima de casais, daremos início aos ensaios. Estamos na fase de chamar o pessoal de novo, ver quem está disponível e correr atrás”.
A coreografia da dança é composta pelo professor, que usa os passos tradicionais e personaliza a apresentação com outros estilos. Em 2018, o Pega Fogo usou como tema o espantalho para dar uma diferenciada. “É uma dança mais estilizada, não é só padre, noivos e casamentos como a dança tradicional. É uma coreografia mais dinâmica”, explica.
Para a apresentação deste ano, Claudio conta que está se inspirando em quadrilhas do nordeste. “Assistimos muito vídeos para ter inspiração, mudar passos e evoluir”, afirma. O professor ainda relata que para conseguir fazer uma boa quadrilha é preciso dedicação. “É o essencial. Hoje eles sabem o que tem que fazer se dedicam”, finaliza.
Inscrições - As inscrições do concurso de quadrilha abriram no dia 7 e vão até dia 21 deste mês. Poderão participar os representantes de entidades, clubes e escolas. As apresentações ocorrerão de 13 a 15 de junho na Praça do Papa, localizada na Vila Sobrinho, a partir das 19 h. Os três melhores grupos serão premiados.
O primeiro lugar receberá R$ 3.500, enquanto o segundo ganhará R$ 2.500. Já o terceiro levará R$ 1.500.