Carnaval termina com 40 mil pessoas no “Enterro dos Ossos” do Capivara Blasé
Espaço em que o evento foi realizado foi maior do que nos outros dias e foliões aprovaram segurança dentro do bloco
O Carnaval de 2019 terminou com 40 mil foliões na Esplanada Ferroviária, no Enterro dos Ossos, do Bloco Capivara Blasé, de acordo com estimativa da Guarda Municipal. Diferentemente dos outros dias, desta vez, a barreira montada pela segurança foi maior e começou na rua Antônio Maria Coelho. Por isso, segundo, a Guarda Municipal, visualmente, o público pareceu menor do que nos outros dias, por ter ficado mais espalhado ao longo da região.
Mais uma vez, o público fez dois carnavais diferentes em Campo Grande: um dentro da Orla Ferroviária, ao som dos shows no Capivara Blasé, e um após a rua Antônio Maria Coelho, onde o público era predominantemente mais novo e cheio de adolescentes. Por lá, reinou o funk, caixinhas de som e cerveja com preço mais barato do que o praticado dentro do bloco.
A festa na Esplanada Ferroviária terminou logo após 22 horas, com o encerramento da música. O público foi embora e o local onde o bloco foi realizado ficou praticamente vazio. Já o público que estava na rua Calógeras, no Carnaval “popularzão”, foi dispersado pela Guarda Municipal. A ação durou menos de dez minutos e contou com a utilização de bombas de efeito moral, que provocavam estrondo e balas de borracha – que fizeram a gurizada e os ambulantes correrem para ir embora.
De acordo com o comandante da ação da Guarda Municipal, Valmir da Silva, duas ocorrências de tráfico de drogas foram registradas durante o último dia de Carnaval. Não foram registrados outros incidentes, como brigas e depredações até a meia-noite.
A Cruz Vermelha, que montou estande para atender os foliões, registrou um atendimento por coma, possivelmente, por entorpecente. De acordo com o secretário-geral, Hubert Morinigo, foram 15 atendimentos no total, dois desmaios, sendo um de uma integrante da equipe da segurança – que se sentiu mal; dez atendimentos por excesso de bebidas alcoólicas, sendo três menores de idade.
Entre os foliões, quem foi ao Capivara Blasé, aprovou o esquema de segurança e a tranquilidade, principalmente no começo da festa, em que o público foi menor do que nos outros dias de Carnaval. Pouca gente foi fantasiada, mas, ainda assim, o pessoal estava animado, principalmente, com “clássicos anos 90”, como “Xô Satanás”, “Arerê”, dentre entre outras músicas famosas de Ivete Sangalo e companhia. A música atual, que não poderia faltar para embalar os foliões, foi a “Jennifer do Tinder”.
A pedagoga Nildete da Silva, 50 anos, veio com o marido, logo no começo do bloco. Foi a primeira vez que participaram neste Carnaval, mas não foi a primeira vez na Esplanada Ferroviária. "Está legal. Não tem muita gente bêbada. Está tranquilo hoje. Vou assistir o pessoal tocar".
Os integrantes da Unidos da Vila Carvalho, escola de samba campeã da Carnaval deste ano também foram comemorar no Enterro dos Ossos. Um grupo com mais de dez pessoas esteve no bloco. "Está legal. Perfeito. Somos da Vila Carvalho e viemos comemorar o título. Durante o Carnaval não dá para aproveitar assim, porque temos o trabalho. Agora, já passou e já ganhou, é comemorar.", diz Lilian dos Santos, a porta-bandeira da agremiação.
Da Escola de Samba Deixa Falar, foram ao último dia de bloco, Alexsandro Azevedo, 32 anos, e Lukas Espindola, 27. “Viemos todos os dias fantasiados, menos no dia do desfile. Foi segundo lugar, mas com gostinho de primeiro”, diz Alexsandro.
Juliana de Souza e o marido, Paulo Pedro, também foram cedo para aproveitar com os filhos pequenos e o irmão dela, de 8 anos. "É a segunda vez que estamos vindo ao Carnaval. Hoje está tranquilo. Dá para vir com eles".
A professora Aira Muller, 23 anos, também veio na terça-feira e diz que no outro dia as músicas foram mais diversas. "Teve MPB, funk. Hoje eu achei a matinê animada e tem mais banheiros. Fecharam mais longe e tem mais policiamento", destaca.
A vendedora Jhennyfer Paredes, 27 anos, além de ter passado o Carnaval escutando brincadeiras por causa do nome, também afirma que o dia foi mais tranquilo.
Wellitton Cantoviski, 21 anos, trouxe um dos maiores isopores vistos no último dia de Carnaval. Ele jura que era para consumo dele e dos amigos. “Fizemos uma vaquinha de dez a 15 amigos. No total deu uns R$ 500, com energético, catuaba e outras coisas. Às vezes, até rola de vender para quem passa, mas a ideia foi trazer para a gente”.