Cervejeiras comemoram 2 anos juntas, mas há regras para entrar no grupo
Confraria Puro Malte surgiu em 2017 para reunir mulheres que também curtem cerveja
Na mesa do bar, um grupo de mulheres que se reúne há 2 anos para tomar cerveja. A Confraria Puro Malte nasceu em 2017 pela liberdade de se divertir à vontade, sem essa de que mulher tem que beber pouco ou quase nada.
O grupo tem hoje 60 mulheres, a maioria empresárias, mas há médicas, delegadas e funcionárias públicas que uma vez por mês largam todos compromissos para um brinde à vida com cerveja. “É o momento que a gente tira para esquecer todos os problemas e pensar na gente, compartilhar com a outra algo que vai nos fazer sentir melhor amanhã e isso tem dado muito certo”, diz Fabiana Cabral, de 41 anos, presidente da Confraria.
Mas ideia só vingou graças as regras, isso porque apesar da liberdade de beber à vontade, as mulheres estabeleceram limites quanto ao comportamento. “Primeiro passo é vir de táxi, aplicativo ou carona. Ninguém aqui sai bêbada dirigindo”, garante a presidente.
Com tanta mulher reunida, a sororidade é um dos principais alicerces do grupo. “Ficar fazendo fofoca da colega ou falando mal da outra é inadmissível. A gente vive num mundo onde o desrespeito é tão gigantesco às mulheres, então não tem como uma ficar detonando a outra, precisamos nos unir, só assim a gente consegue o nosso lugar”, explica a empresária Luci Duarte, de 49 anos.
Quem desrespeita as regras, ganha um voto de confiança, mas não por muito tempo. “Se insistir no problema e não respeitar as outras mulheres, é retirada do grupo, isso já aconteceu outras vezes”, conta.
Outro requisito importante é realmente gostar de cerveja. “Tem que tomar cerveja, somos mulheres que amamos cervejas, então essa também é uma regra”, esclarece Fabiana.
Apesar da lista de requisitos, quem participa sai do bar satisfeita. “É um momento que a gente bebe, compartilha nossas experiências e também faz networking, isso é muito importante”, diz a empresária Deise Girardi, que não abre mão da cerveja e o bate-papo com todas as amigas.
Como nem todo dia a vida é um mar de rosas, o grupo também serve de apoio e autoestima para os dias sombrios. “Se alguém está para baixo, a gente não desiste. Conversamos, convidamos e fazemos questão que esteja aqui conosco, é ao lado dos amigos que a gente cura os problemas também”, reforça Deise.
Para a dentista Eloísa da Cunha, de 55 anos, o momento é de sorte. “A vida é muito corrida, nós mulheres fazemos muitas coisas ao mesmo tempo, então ter tantas amigas e um momento como esse é pura descontração”.
O grupo se reúne uma vez por mês e, para que ninguém enfrente fila ou dor de cabeça na hora de pagar a conta, o planejamento é feito quase um mês antes. “A gente escolhe o bar e já deixa pago um valor em cerveja, depois cada uma senta aqui e bebe à vontade”, explica Fabiana.
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