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Diversão

Com olhos encantados, bebês mergulham em teatro só para eles

Apresentação do grupo Sobrevento é destino apenas para crianças de 6 meses até 3 anos de idade

Aletheya Alves | 08/10/2022 08:14
Grupo Sobrevento levou teatro específico para bebês ao Marco. (Foto: Kísie Ainoã)
Grupo Sobrevento levou teatro específico para bebês ao Marco. (Foto: Kísie Ainoã)

Entre um choro aqui e outro ali, os pequenos olhos pareciam estar cada vez mais encantados conforme pulseiras se transformavam em sementes e a música causava uma vontade de dançar imediata. Reunidos em volta da peça “Meu Jardim”, crianças de 6 meses até 3 anos mergulharam nos encantos teatrais comprovando que o gosto pela cultura não tem idade.

Durante 45 minutos, as crianças sorriram, bateram palmas e se envolveram com cada etapa da peça destinada só para elas. Com músicas de clarinete e violão, o espetáculo já foi apresentado em diversas cidades do Brasil, Espanha, França e Eslováquia.

Na peça, um tapete se torna um deserto e o personagem principal decide criar um jardim ali. Seja pelos guizos nas calças do viajante ou pelos animais que vão saindo da bolsa, cada momento é tomado por emoções que vão desde o medo até o riso dos pequenos.

Diretora do espetáculo, Sandra Vargas conta que o grupo já trabalha com teatro para a primeira infância há 17 anos. Detalhando que tudo começou quando ela e Luiz André Cherubini, diretor e ator da peça, tiveram seus filhos, a artista narra que viu um mundo de possibilidades a ser questionado.

“Percebemos que não havia espaço para os bebês a não ser na escola ou no parquinho e que eles eram excluídos de qualquer experiência cultural. Em meio a isso, percebemos, enquanto artistas, que toda criança é poeta desde que nasce, que é possível estabelecer uma relação artística muito profunda com eles”, detalha Sandra.

Crianças ficam encantadas com cada detalhe da peça durante toda apresentação. (Foto: Kísie Ainoã)
Crianças ficam encantadas com cada detalhe da peça durante toda apresentação. (Foto: Kísie Ainoã)
Musicalização da peça conta com instrumentos que vão do clarinete até o violão. (Foto: Kísie Ainoã)
Musicalização da peça conta com instrumentos que vão do clarinete até o violão. (Foto: Kísie Ainoã)
Thaylor foi uma das crianças que mais interagiram durante a peça, surpreendendo a mãe. (Foto: Kísie Ainoã)
Thaylor foi uma das crianças que mais interagiram durante a peça, surpreendendo a mãe. (Foto: Kísie Ainoã)

Durante o tempo de espetáculo, não há problema caso as crianças chorem, se empolguem ou se movam. Isso porque, ao contrário de locais mais tradicionais, os bebês não surgem como um aditivo, mas sim como o ponto principal da experiência.

De acordo com Sandra, os artistas vêm percebendo cada vez mais que os bebês possuem um grau de escuta muito alta e realmente se entregam ao teatro. “Eles são nosso público ideal porque o bebê sempre vai estar ali, pleno e aberto, sem pensar no que vai fazer depois. Eles olham cada gesto, cada ação, sentem cada nuança de voz e percebem nosso estado”.

Com a ideia de que os bebês poderiam ter um espetáculo só para eles, o grupo passou a focar na relação com a arte de um modo diferente. “Nós acreditamos em um teatro para bebês em que o artista se pergunta, sendo adulto, quem ele é na frente de um bebê. Isso o faz revisitar lugares dentro de si que às vezes ele já tinha se esquecido. Não é que rememora a infância, mas que recupera sua humanidade, sua delicadeza”, a diretora explica.

Assim como Sandra explica sobre o foco nas crianças, Luiz detalha que permitir o acesso à cultura logo cedo ainda não é algo tão difundido. “Nós temos feito o teatro para promover um acesso das crianças com cultura e arte. Porque às vezes você se impõe um resguardo por ter bebês pensando que vai incomodar, que o bebê vai incomodar. Com isso, você não vai em lugar nenhum, não vai ao teatro, ao cinema, e ele também não”.

Devido a cada momento ser pensado nos pequenos, Luiz narra que uma série de descobertas é feita em cada espetáculo. “Você vê a descoberta de um mundo novo que eles não têm acesso. Geralmente, é oferecida uma versão muito pobre do mundo com inúmeros preconceitos sobre o que as crianças vão gostar ou não”, diz.

Por isso, a apresentação do grupo teatral envolve desde músicas variadas até troca de roupas durante os 45 minutos. Luiz completa que, assim como qualquer outro público, as crianças merecem a entrega dos artistas de todos os modos que conseguirem.

Larissa e Thaylor não deixaram a lateral do tapete em nenhum momento. (Foto: Kísie Ainoã)
Larissa e Thaylor não deixaram a lateral do tapete em nenhum momento. (Foto: Kísie Ainoã)

Atentos do início ao fim

Entre o grupo de crianças que assistiram ao teatro na sexta-feira, Larissa não abandonou a lateral do palco nem por alguns minutos. Com 1 ano e 8 meses, essa foi sua primeira vez em um museu e também assistindo a uma apresentação cultural.

Ela sorriu, ficou curiosa com a roupa com barulhos dos artistas e interagiu diretamente com o cenário para a surpresa da mãe. Entusiasmada com o teatro infantil, Minéia Paulino, de 41 anos, conta que nem imaginava ser possível existir uma peça destinada apenas para a primeira idade.

Fiquei bem curiosa quando contaram e aqui fiquei maravilhada. É super legal e a Larissa interagiu bastante. Vi ela dançando e foi muito diferente porque ela é super retraída em público, conta Minéia.

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Assim como Larissa, Thaylor, de 2 anos, também surpreendeu a mãe, Beatriz Miller. Ela narra que estes têm sido os primeiros meses em que o filho tem contato com outras crianças e que suas reações foram totalmente inesperadas durante a apresentação.

Enquanto Beatriz imaginava que o filho iria passar a maior parte do tempo disperso, ele provou a arte e gostou. “Achei muito diferente porque nem televisão ele gosta de assistir, mas aqui ficou prestando atenção em cada detalhe. Imaginei que não fosse se comportar, mas foi super tranquilo”, diz.

Novas apresentações

Neste ano, o Grupo Sobrevento trouxe pela primeira vez seus espetáculos para Campo Grande. Ontem, a apresentação foi para crianças de creches públicas e hoje o evento será aberto ao público familiar no Marco (Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul).

Durante o dia haverá uma sessão às 15h e outra às 17h, ambas para o público familiar. Por haver vagas limitadas, as reservas devem ser feitas pelo e-mail info@sobrevento.com.br com retirada dos ingressos em até meia hora antes de cada sessão.

O Marco fica localizado na Rua Antônio Maria Coelho, Parque das Nações Indígenas, número 600.

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