Dedilhando viola com a alma, show de Almir Sater faz bem ao coração
Cantor se apresentou neste sábado em Campo Grande e lotou o espaço Bosque Expo, no Shopping Bosque dos Ipês
Um relato emocionado atrás do outro, fãs sincronizados e para muitos a realização de um daqueles pequenos sonhos da vida. A música atemporal de Almir Sater lotou o Bosque Expo, do Shopping Bosque dos Ipês, na noite de ontem (12) e mostrou que ouvir os sucessos do sul-mato-grossense ao vivo faz bem ao coração.
O cantor subiu ao palco às 22h e nos primeiros segundos de apresentação ganhou a companhia da maré de mais de 5 mil vozes. A voz e sonoridade das violas tocadas por Almir chegaram impecáveis às mesas e à pista, e nada tirou o entusiasmo do público durante 1h20 de apresentação.
Prestes a fazer 66 anos, no dia 14 de novembro, o cantor corresponde. Agradece antes de cada canção e fala com carinho de Campo Grande, embora seja um dos endereços mais desafiadores. “Pra mim, Campo Grande é um dos lugares mais difíceis de tocar. Vejo muitas fisionomias familiares e eles são muito críticos, então eu tenho que caprichar muito e me emociono a cada canção”, disse Almir em entrevista ao Lado B.
O espetáculo que começou com a música “D de Destino”, composta em parceria com Renato Teixeira, para alguns já não é novidade, mas continua como um momento único na vida. “Esse é o meu quinto show do Almir e ainda me surpreende. Esse homem não toca com as mãos, mas com a alma. A música que ele faz vem de dentro, é impressionante”, descreve a funcionária pública aposentada, Marlene Mello, fã incondicional do cantor que não saiu de perto do palco.
Ela lembra que na juventude era indiferente ouvir músicas regionais, até que um ex-namorado Recifense, apaixonado por Almir, mostrou à ela o privilégio que era ter em Mato Grosso do Sul um dos músicos mais completos do País. “Hoje sinto-me passeando na vida ao ouvir as músicas dele, é incrível”, descreve Marlene.
Em seguida Almir fez muitos irem às lágrimas ao tocar “Assim os Dias Passarão”, música dele, de Renato Teixeira e Paulo Simões. A canção remete à partida do amigo e compositor Geraldo Roca, um dos artistas mais inspiradores da música sul-mato-grossense.
“No rádio a notícia, um amigo se foi…” O trecho da canção comoveu também milhares de brasileiros no último capítulo da novela Pantanal e foi uma das maiores surpresas para Almir Sater. “Eu não esperava aquilo, quando gravamos a cena eles colocaram a música de fundo, mas eu achei que era só pra dar um clima. Quando no último capítulo tocou aquela música foi aquela emoção, eu chorei escondido”, declarou o cantor.
“Tocando em Frente” e “Trem do Pantanal” parecem objeto de desejo dos fãs. Se Almir optasse por só tocar, o público cantaria os dois sucessos até o fim e sem perder o ritmo.
O cantor também brilhou com “No Rastro da Lua Cheia”, Um Violeiro Toca” e “Bicho Feio”. Ainda interpretou “Cunhataiporã”, obra que ficou famosa na voz de Tetê Espíndola e foi composta por seu irmão Geraldo, outro grande músico sul-mato-grossense.
No palco, dedilhando suas violas com a alma, o cantor apresentou os músicos e amigos que o acompanham pelo País levando o show que é um passeio pelos discos “AR” e “+AR”. Um deles, o sanfoneiro Marcelus, nascido e criado em Aquidauana, brilhou com chapéu e poncho. Almir até brincou fazendo referências ao Velho do Rio, personagem icônico de Pantanal.
Falando em novela, é claro que não faltaram pedidos por “Cavalo Preto”, canção de Sérgio Reis, mas dessa vez Almir Sater não se rendeu. “Cavalo Preto não. Essa é da outra turma, eu sou da turma da chalana. Era”, disse arrancando boas risadas do público.
Apesar de rostos antigos e velhos amigos, a música de Almir Sater prova que não tem idade. Aos 29 anos, Mariana Campaner é uma apaixonada pelo músico. Na mesa, ela segurava ansiosa duas fotografias com o cantor e entregou as imagens à reportagem na esperança de um autógrafo, mas foi surpreendida.
Isso porque a receptividade de Almir é tão gigante quanto o seu talento. Quem correu para fila na porta do camarim foi recebido com sorriso e pose para fotos. Mariana deu sorte e conseguiu um registro ao lado de seu ídolo. “Sou muito fã dele, desde pequena. O show dele é muito emocionante, fico arrepiada”, descreveu.
Nos bastidores, a emoção e o nervosismo também toma conta de quem produz o evento e acompanha Almir Sater há anos. É o caso do empresário e produtor Daniel Escrivano. “Fazer um show do Almir em Campo Grande é como fazer um show de estreia. É sempre uma emoção porque sabemos a importância da cidade para ele e o carinho imenso do público. Sem dúvidas é sempre um momento muito especial pra gente”, finalizou o produtor.
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