Depois de série, “Batatinha Frita 1, 2, 3” nunca mais será a mesma
A série “Round 6” da Netflix bateu recordes de audiência e mudou todo o sentido de brincadeiras infantis
Atenção: esse texto contém spoilers.
A série da Netflix “Round 6” é a sensação do momento na internet. A produção sul-coreana bateu recordes de visualizações e, desde sua estreia em setembro, mantém-se firme no topo das atrações mais vistas da plataforma em vários países.
A história traz um jogo de sobrevivência, no qual os participantes competem em brincadeiras infantis por um valor bilionário em dinheiro. Algumas das brincadeiras envolvidas, apesar do foco estar na cultura coreana, são conhecidas mundialmente, como Batatinha Frita 1, 2, 3, Cabo de Guerra ou bolinha de gude.
Assim, a trama conseguiu mudar como as pessoas veem essas brincadeiras, de acordo com a intenção do diretor Dong-Hyuk Hwang e da diretora de arte Kyung-Sun Chae. Em um vídeo de bastidores no canal do Youtube da Netflix, eles explicam que os jogos infantis foram propositalmente escolhidos pelo contraste e impacto que gerariam ao serem relacionados com uma luta sanguinária por dinheiro.
A sacada rendeu a polêmica óbvia. A classificação é para maiores de 16 anos, mas a popularidade do enredo já se espalhou por faixas etárias menores. Nas escolas, há relatos nos quais a brincadeira de Batatinha Frita 1, 2, 3 rende crianças caídas no chão simulando a eliminação que acontece na série. Há também educadores que se recusam a comentar a produção completamente, justamente por causa da deturpação que os coreanos fizeram com as brincadeiras infantis.
Para a confeiteira Bárbara Christina Nunes Riquelme, de 26 anos, a série cumpriu o objetivo de mexer com as lembranças de infância.
“Eu brinquei muito, é uma coisa bem de infância mesmo. Acho que agora mudou muito o pensamento das pessoas. É uma série que mexe muito com o psicológico da gente, por conta dessa temática do dinheiro. Eu mesma que tenho filho, eu vou associar essas brincadeiras a uma coisa ruim, acho que não vai ser tão bom eles brincarem, pelo menos não agora”, comenta.
A redatora Jacqueline Gonçalo, de 26 anos, também reforça que o foco principal está no impacto da deturpação.
“Eu acredito que eles tenham usado fórmulas um pouco mais conhecidas do público pra não gerar tanto estranhamento. Me lembrou bastante La Casa de Papel pelo ritmo, a violência explícita meio Tarantino e Jogos Mortais e a dinâmica dos jogos estilo Escape Room, que é um filme no qual pessoas desconhecidas vão pra um lugar passar por desafios e vão morrendo ao longo da história. Eu vejo o foco maior na forma deturpada que usaram as brincadeiras, do que elas si”, expressa.
Curta o Lado B no Facebook. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.