Dubmistah é mais um nome da música eletrônica de MS a tocar em grandes festivais
Caio Mendes participou do Universo Paralelo e tocou dubplates com grandes vocalistas do reggae e MCs, como Marina Peralta e Xaras
O DJ e produtor campo-grandense Caio Mendes, 30 anos, conhecido na noite como Dubmistah, representou o som sul-mato-grossense na última edição do Festival Universo Paralello (UP), na Bahia, que rolou de 27 de dezembro ao dia 3 de janeiro.
Para quem não sabe, o UP é um dos maiores e mais antigos festivais de música eletrônica e contra-cultura do Brasil e do mundo. O evento acontece a cada 2 anos na praia de Pratigi na Bahia e costuma reunir cerca de 15 mil pessoas durante os sete dias de duração do festival.
Essa já é a terceira vez que o músico toca no evento. Mas, na opinião dele, foi a primeira experiência com som realmente consolidado. “Minha música ainda estava crua e a gente sente quando não pega a galera”, diz ele.
O DJ tocou no palco Chillout, na noite do dia 28 de dezembro. Dessa vez, Caio se surpreendeu com a recepção do público e os elogios de diversos artistas que são referência pra ele. “Fui muito bem ovacionado pela galera. Quando eu entrei pra tocar a galera estava sentada e no momento que comecei a apresentar o show a galera já levantou, veio pra pista e ai formou um verdadeiro baile”, lembra.
No ambiente, cerca de 500 pessoas curtiram o baile de reggae e dub, “fora a galera circulando nas proximidades e na praia”, completa.
Seu set foi composto de seis trilhas de originais produzidos por ele. Diversos vocalistas lendários no reggae, como Jeru Banto, Monkey Jahyam e Horace Andy, completaram as bases musicais, assim como MCs de Campo Grande, como Xaras Grabriel, João Leão e Marina Peralta.
Antes dele, outros três profissionais da Capital já haviam se apresentado lá, o Irajá Kogawa, que hoje já não é mais dj, o Prog Ken em 2016, e o Hads, que não estava no lineup oficial do evento.
Antes de ser dj, Caio estudou Artes Visuais, formou-se em Produção de Mídia na Uniderp, mas desde os 15 anos admirava a arte da discotecagem. “Acompanhava alguns djs que estavam se despontando na época, como o Marky e o Patife”.
Em certo momento, a admiração passou a ser também estudo. “Comecei a pesquisar sobre mixagem vendo os djs tocarem”, comenta. Autodidata, Caio aprendeu tudo sozinho.
O psytrance foi o estilo musical que fisgou o dj. “Me fez ter vontade de tocar e fazer parte daquele movimento”. Mesmo assim, seus primeiros passos foram em um toca-discos com techno.
O dub foi uma descoberta posterior. Todo o universo que se abriu depois de conhecer o estilo lhe fez querer se aprofundar. “Descobri que muito das técnicas de produção da e-music tem como fundação a dub music jamaicana, que elevou o patamar do engenheiro de som ao nível dos próprios artistas, referências como King tubby são copiadas até hoje”.
Como tudo estava interligado, o mergulho na produção musical foi uma consequência. “Ultimamente estou mais focado nas produções de dub porque tenho sentido uma facilidade maior de expressar minha sonoridade, mas costumo produzir o que vier na telha”.
Dubmistah estuda em sua casa, num home studio próprio. Ele costuma primeiro apresentar as novidades produzidas ao vivo e, só depois, lançá-las em seu SoundCloud. Para 2018, Caio planeja lançar um EP em plataformas de streaming. O disco vai conter, pelo menos, com cinco faixas. Além disso, o músico quer gravar uma apresentação ao vivo com vários MCs da Capital.
Sua próxima apresentação está marcada para acontecer no carnaval, no Bloquinho Tropicanapa, na Esplanada Ferroviária, dia 9 de fevereiro, às 15h. "Tá prometendo ser um belo evento pela qualidade e estrutura que vão oferecer", finaliza.
Confira agora um pouco do que rolou no palco do Univero Paralello: