Escola de samba foi herança deixada pelo pai, por isso, filho não desiste
Filho de João Renato Pereira Guedes, o Picolé, e Aparecida Gomes da Silva fala sobre resistência do samba
“Minha irmã e eu sempre falamos que a herança que meu pai deixou foi a escola. Então, a gente resiste”, introduz o diretor de Carnaval da escola de samba Unidos do Cruzeiro, Thierres Guedes. Filho dos fundadores João Renato Pereira Guedes, o Picolé, e Aparecida Gomes da Silva, ele garante que fazer a festa ir para a avenida é uma paixão que veio de berço e nunca diminuiu.
Em meio à produção de fantasias, Thierres contou que a ansiedade para fechar os desfiles deste ano fica mais forte a cada dia. Isso porque a Unidos do Cruzeiro será a última a desfilar neste ano.
Durante os próximos dias, o objetivo é encerrar todas as fantasias e, por último, finalizar os carros alegóricos. Conforme o diretor explica, o tema escolhido para 2024 foi “a volta ao mundo em uma noite”, passando por nove festas que acontecem em países diferentes.
“Meu irmão já trabalha há muitos anos com a criação e a gente tinha um outro tema em mente, mas um dia me lembrei de uma apresentação de ballet que teve como tema a volta ao mundo. Falei para ele e ficou assim”, diz.
No dia seguinte, Alex Guedes, presidente da escola, já havia retornado cheio de ideias. “Ele tinha tudo na mente e falou que a gente faria o enredo. Desde então, não paramos de trabalhar”.
E, sobre sua relação com o Carnaval, ele resume que cresceu ouvindo o som dos tambores. “Não tem nem como não gostar. Eu falo que tenho duas paixões que eu até esqueço da minha vida por elas, o Carnaval e o Candomblé”.
Puxando a história da escola, Thierres relembra que tudo nasceu com seu pai e mãe. Os dois já gostavam e participavam da folia em outras escolas, até que decidiram fundar sua própria.
Foi assim que Thierres cresceu em meio ao brilho e ensaios da bateria. “A gente sempre acompanhou a família e quando meu pai faleceu, nós continuamos. Muitas pessoas acham que é fácil, mas levar toda essa gente para a avenida é mais difícil do que parece”.
Para ele, o sonho continua sendo conseguir ver Campo Grande crescendo com a valorização da folia e dando apoio para quem mantém a cultura viva.
“Fazer Carnaval é resistir e a gente sabe disso desde que é pequeno. Vivemos em uma cidade que ainda tem muito preconceito, que precisa evoluir, mas acho que estamos no caminho”, completa.
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