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Diversão

Escola de samba foi herança deixada pelo pai, por isso, filho não desiste

Filho de João Renato Pereira Guedes, o Picolé, e Aparecida Gomes da Silva fala sobre resistência do samba

Por Aletheya Alves | 02/02/2024 07:25
Thierres conta sobre como cresceu junto com a escola. (Foto: Paulo Francis)
Thierres conta sobre como cresceu junto com a escola. (Foto: Paulo Francis)

“Minha irmã e eu sempre falamos que a herança que meu pai deixou foi a escola. Então, a gente resiste”, introduz o diretor de Carnaval da escola de samba Unidos do Cruzeiro, Thierres Guedes. Filho dos fundadores João Renato Pereira Guedes, o Picolé, e Aparecida Gomes da Silva, ele garante que fazer a festa ir para a avenida é uma paixão que veio de berço e nunca diminuiu.

Em meio à produção de fantasias, Thierres contou que a ansiedade para fechar os desfiles deste ano fica mais forte a cada dia. Isso porque a Unidos do Cruzeiro será a última a desfilar neste ano.

Durante os próximos dias, o objetivo é encerrar todas as fantasias e, por último, finalizar os carros alegóricos. Conforme o diretor explica, o tema escolhido para 2024 foi “a volta ao mundo em uma noite”, passando por nove festas que acontecem em países diferentes.

Neste ano, escola vai falar sobre festas ao redor do mundo. (Foto: Paulo Francis)
Neste ano, escola vai falar sobre festas ao redor do mundo. (Foto: Paulo Francis)

“Meu irmão já trabalha há muitos anos com a criação e a gente tinha um outro tema em mente, mas um dia me lembrei de uma apresentação de ballet que teve como tema a volta ao mundo. Falei para ele e ficou assim”, diz.

No dia seguinte, Alex Guedes, presidente da escola, já havia retornado cheio de ideias. “Ele tinha tudo na mente e falou que a gente faria o enredo. Desde então, não paramos de trabalhar”.

E, sobre sua relação com o Carnaval, ele resume que cresceu ouvindo o som dos tambores. “Não tem nem como não gostar. Eu falo que tenho duas paixões que eu até esqueço da minha vida por elas, o Carnaval e o Candomblé”.

Puxando a história da escola, Thierres relembra que tudo nasceu com seu pai e mãe. Os dois já gostavam e participavam da folia em outras escolas, até que decidiram fundar sua própria.

Foi assim que Thierres cresceu em meio ao brilho e ensaios da bateria. “A gente sempre acompanhou a família e quando meu pai faleceu, nós continuamos. Muitas pessoas acham que é fácil, mas levar toda essa gente para a avenida é mais difícil do que parece”.

Para ele, o sonho continua sendo conseguir ver Campo Grande crescendo com a valorização da folia e dando apoio para quem mantém a cultura viva.

“Fazer Carnaval é resistir e a gente sabe disso desde que é pequeno. Vivemos em uma cidade que ainda tem muito preconceito, que precisa evoluir, mas acho que estamos no caminho”, completa.

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