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Diversão

Folião se divide entre ser "inimigo do fim" e o "que detesta after"

Enquanto uns aguentam até um 'after', outros revelam não ter pique para pular Carnaval quando anoitece

Jéssica Fernandes | 21/02/2023 06:40
Eva aproveitou o bloquinho do Capivara Blasé com marido e filha. (Foto: Alex Machado)
Eva aproveitou o bloquinho do Capivara Blasé com marido e filha. (Foto: Alex Machado)

Quando o assunto é festa, a galera se divide entre ir embora cedo ou ficar para curtir tudo até o final. No Carnaval de rua a situação não seria diferente, por isso, o Lado B perguntou aos foliões se no bloquinho eles são inimigos do fim ou não.

Para quem na adolescência aproveitava a folia sem hora pra acabar, a maternidade mudou o ritmo das coisas. Eva Maria Souza, de 43 anos, agora curte o Carnaval com o marido e a filha de 6 anos. Ela fala sobre os velhos tempos e o que mudou.

“Eu na adolescência e quando estava solteira ia pra rua beijar, se divertir, mas muda totalmente a rotina. Agora estamos trazendo a pequena, tem que trazer para poder aproveitar, é uma cultura que está um pouco esquecida, mas aos poucos está retornando depois da pandemia. Agora estamos podendo aproveitar”, comenta.

José se diverte na folia, mas diz não ter pique pra festa noturna. (Foto: Alex Machado)
José se diverte na folia, mas diz não ter pique pra festa noturna. (Foto: Alex Machado)

No bloquinho, José Ribamar Coelho, de 66 anos, era um dos mais animados na Esplanada Ferroviária. Segurando um copo de cerveja, ele dançava as marchinhas que diz ser a melhor parte da festa.

“Aproveito da melhor maneira possível, sempre se divertindo. Eu não vou parar de me divertir. Pra mim a maior alegria do mundo é pular Carnaval”, declara.

Apesar da animação, ele revela que não tem mais a mesma energia que antes para acompanhar todo o movimento do bloco. “Eu sempre preferi esse tipo de Carnaval como tá agora, com marchinhas, eu tô desde o começo e fico até o final do infantil. A noite não porque não tenho mais pique”, afirma.

Bruna e Angelina chegaram cedo no bloquinho. (Foto: Alex Machado)
Bruna e Angelina chegaram cedo no bloquinho. (Foto: Alex Machado)

Curtindo pela primeira vez a folia em Campo Grande, Bruna Morais, de 27 anos, e Angelina Pezzi, de 26 anos, vieram de São Paulo. Elas chegaram por volta das 16h30 no Capivara Blasé e relataram que a intenção era aproveitar enquanto tivesse festa.

“A gente acabou de chegar, mas a gente veio preparada pra ficar até o final. A gente viu que o pessoal tá vindo com criança e vamos trazer a família nos próximos dias”, conta Bruna.

A jovem comenta que nos bloquinhos de São Paulo não costumava ficar pra ver tudo, mas na Capital gostou da tranquilidade. "É o primeiro Carnaval que a gente passa em Campo Grande. Aqui dá pra respirar e curtir o Carnaval. Eu não tinha condições de ficar até de madrugada porque era muita gente", fala.

Jhony é do tipo que vai embora cedo, mas se a festa estiver boa fica pro final. (Foto: Alex Machado)
Jhony é do tipo que vai embora cedo, mas se a festa estiver boa fica pro final. (Foto: Alex Machado)

Já a Cristina Rodrigues, de 39 anos, é uma inimiga do fim declarada. Bem-humorada, ela não esconde que é do tipo que acompanha os amigos pro pós-festa o famoso ‘after’. “Ontem eu vim, estava bom, muito cheio, me diverti muito e fiquei até o final e depois às 1h30 fomos pro after no bar da Aguena. Eu danço, me divirto horrores”, ressalta.

Outro folião que estava animado na Esplanada Ferroviária era Jhony Silvano, de 30 anos. Ele destaca que não é uma mistura de quem vai embora cedo e inimigo do fim. Na visão de Jhony tudo depende do clima do rolê.

“Eu sou o que chega cedo e vai embora cedo, mas se o fim tiver talvez uma promessa promissora aí a gente é inimigo do fim. Tem aquele horário do rolê onde ou você vai embora pra casa dormir ou entende que não vai voltar cedo”, relata.

Vinícius comenta que no Carnaval vale ficar pra ver o bloquinho acabar. (Foto: Alex Machado)
Vinícius comenta que no Carnaval vale ficar pra ver o bloquinho acabar. (Foto: Alex Machado)

Brincalhão, ele fala que a dinâmica no bloquinho é ir dia sim e não. “Depois que a gente bateu os 30 anos, a gente precisa de dois a três dias pra curar a ressaca”, ri.

O trio de amigos Vinícius Pasian, de 21 anos, Gustavo Della, de 20 anos, e Ryan Borges, de 21 anos, apostaram na fantasia de mariachi para curtir a folia. Animados, os meninos dividiram a opinião quando o assunto é ficar até o final do bloquinho ou não.

Os amigos elegeram Ryan como o mais animado, que sempre é inimigo do fim. Vinícius garante que não é diferente. “Sempre ser inimigo do fim, Carnaval é só uma vez do ano, a gente é brasileiro tem que ficar até o final independente de como tiver o rolê", destaca.

Ryan foi eleito pelos amigos como o mais animado que curte até o fim. (Foto: Alex Machado)
Ryan foi eleito pelos amigos como o mais animado que curte até o fim. (Foto: Alex Machado)

Para garantirem que teriam bebida durante o bloquinho todo, a turma trouxe bebida de casa. “Enquanto tiver dinheiro no bolso, bebida na geladeira, a gente tá bebendo sim. Hoje a gente não comprou nada, porque já trouxemos de casa e tá saindo mais barato”, fala Vinícius.

O único do trio que ficou dividido entre ser inimigo do fim é Gustavo. Pra ele só vale ficar no rolê enquanto tiver disposição. “Sempre que possível, mas tem umas horas que não tem como. O cansaço bate a gente tem que voltar mais cedo”, pontua.

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