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Diversão

Na contagem para o Carnaval, amigos criam coletivo para movimentar cena cultural

Thailla Torres | 06/11/2016 08:16
Amigos querem fazer a diferença levando cultura a lugares públicos de Campo Grande. (Fotos: Thailla Torres)
Amigos querem fazer a diferença levando cultura a lugares públicos de Campo Grande. (Fotos: Thailla Torres)

O repertório é de Ara Ketu a Caetano Veloso. Música brasileira de todo tipo, que enche de saudade o coração de quem já se divertiu muito com sucessos dos anos 70 a 90. É nesse ritmo que o Coletivo Marafo surgiu há poucos meses em Campo Grande, para movimentar a cultura com ‘rolês’ alternativos e acessíveis.

O Marafo é um grupo colaborativo, criado por oito amigos que estavam cansados da cena cultural da cidade. “Estavámos um pouco saturados de como a cena daqui funciona. Aí decidimos por eventos alternativos, que fossem acessíveis na questão de locomoção e preço justo. Porque a gente sempre foi esse tipo de público, que vai para com pouca grana para a festa, mas curte música bacana”, justifica Juliana Benites, de 27 anos, uma das organizadoras.

Mesa dos DJ's com estilo bem tropical, foi decorada pelos amigos.
Mesa dos DJ's com estilo bem tropical, foi decorada pelos amigos.

A proposta surgiu na mesa do bar em meio a alegria e uma paixão em comum: a música. Os coletivos que acontecem nas metrópoles também foram referência para Juliana e os amigos Fred Pereira, Jéssica Liani, Cristhiane Gregório, João Gabriel, Aruan Barcelos, Sara Maria e Pedro Gil fazerem a estreia com o primeiro evento realizado pelo Marafo neste fim de semana.

As boas vindas veio com “Bloco Marafo é o Bafho”. Uma contagem regressiva para o Carnaval, onde a galera rebolou no estilo carnavalesco com músicas que iam do MPB ao samba e axé. Ninguém ficou parado quando a caixa de som estrondou com canções de É O Tchan, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Carrapicho e Raça Negra.

A festa foi no Bar Genuíno no cruzamento das ruas Aporé com Paisandú, no bairro Amambaí. O lugar que lembra os velhos botecos, com toque brasileiro nas cores e decoração, deixou tudo com uma pegada originalmente brasileira e que abraçou o público fazendo jus a coletividade.

“Pra gente o público não é diferente, mas é abrangente. No sentido de coletivo, a ideia é sempre agregar, trazer pessoas de várias vertentes, seja da música, do teatro, fotografia ou dança, mas trazer pessoas que querem fazer e buscam algo de diferente”, diz Juliana.

Movimentação no primeiro dia de rolê alternativo. (Foto: Vinicius Oliveira)
Movimentação no primeiro dia de rolê alternativo. (Foto: Vinicius Oliveira)

No lugar ninguém paga entrada, a cerveja de 600ml custa R$ 6,00 e o resultado é todo mundo cantando junto e mostrando o gingado, com os sets comandados por alguns integrantes do Marafo. Entre eles, Aruan Barcelos, de 29 anos, que solta a música em ritmos que remete ao tropicalismo e explica como coletivo veio fazer a diferença. “Eu falo que todo mundo aqui é urubu de música, a gente é um pesquisador do MP3 e temos muitas referências. Acredito que seja uma forma de mostrar que a música brasileira é muito boa”.

Na alegria e simplicidade, o coletivo também propõe novas experiências. “A gente gosta de uma pegada brasileira, com batucada e até um pouco de eletrônico. Não tem muita definição, mas a ideia é parar com essa besteira de elitização da música. A galera pode até assumir que não gosta, mas todo mundo dança na hora que a gente toca” , ri Juliana.

Além da música, passar uma mensagem consciente também faz parte. O copo plástico por exemplo, é vendido a R$ 1,00 na busca de diminuir a sujeira. “Não tem jeito, fica muito sujo depois, então escolhemos vender, porque a pessoa acaba pensando e fica com o copo na mão até o fim”, explica Aruan.

O evento acontece hoje de novo a partir das 17h até meia noite no Bar Genúino. Para enriquecer o cenário musical, outros dois já estão agendados. Sendo nos dias 11, 12 e 13 de novembro com a festa ''Marafo'' no Festival América do Sul em Corumbá. Também no dia 18 de novembro será a vez da festa ''Nem Fudendo De Novo'', que usa a expressão como um descarrego para que o público se livre de tudo que é ruim e caia na pista com muita energia positiva. A festa será em Campo Grande. Informações sobre os eventos no Facebook.

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