Na folia, todo mundo diz ser contra depredação e temer pelo próximo Carnaval
Após vandalismos, no Enterro do Ossos, monumento da Maria Fumaça foi cercado para evitar danos
Após atos de vandalismo nas proximidades da Esplanada Ferroviária, no último dia do Carnaval, o monumento da Maria Fumaça foi cercado por tapumes metálicos para evitar incidentes. A região, voltou a concentrar grande número de pessoas que optou por ficar fora do bloco da noite, o Capivara Blasé, e curtir o Carnaval de rua, ao som do funk e até do sertanejo.
Os foliões foram acompanhados de perto pelos seguranças contratados pelo bloco, pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal. Ao contrário do começo do Carnaval, a “bagunça” foi mais organizada e, quem foi, rechaçou os atos de vandalismo que ocorreram. O fim do Carnaval na região foi às 23 horas, quando, em menos de dez minutos, a Guarda dispersou a população com bombas de efeito moral e balas de borracha.
No meio da festa e já depois de beber, fica difícil até conversar sobre o que significa o patrimônio para quem foi ao Carnaval. Os foliões que o Lado B conversou, também foram nos dias anteriores e disseram ter visto a confusão, mas, todos garantiram não ter se envolvido nos atos de vandalismo.
O auxiliar de marcenaria Gabriel, 23 anos, tenta dar uma explicação para o que aconteceu no dia em que depredaram lojas na região. “Ninguém sai de casa pensando em quebrar e destruir alguma coisa, mas depois que o álcool sobe, as pessoas perdem o controle. Quem nunca perdeu o controle depois de beber?”, questiona.
A estudante Nilce, 18 anos, viu a confusão na noite de Carnaval. “Acho desnecessário e a gente começa a perder as coisas. Hoje, já não pode mais entrar com bebida, naquele dia podia. Estava todo mundo “de boa”, quando começaram a jogar pedra nos guardas. Já quase não tem festa em Campo Grande, quando tem, acontece isso. É capaz de cancelarem no próximo ano”.
Um rapaz que se identificou como Rafael, antes mesmo de ser questionado, já começou a falar da preservação do local. “Isso aqui é nosso patrimônio e tem que ser preservado, como é em Corumbá. Vamos brincar na paz. Foi baixaria o que fizeram aqui”.
Outra jovem diz se impossível saber quem vandalizou a região. “Eu quero ver é alguém falar, porque, depois, vão atrás. Eu vi no dia, saíram chutando, fizeram um escarcéu sem necessidade aqui. Foi prejuízo de mais de R$ 50 mil nas lojas e não tem nem como colocar a culpa na bebida. Foi falta de vergonha mesmo”.
No último dia de festa, teve até quem disse ter se conscientizado e parado de urinar fora dos banheiros químicos. Uma dupla de amigos, que foram “flagrados” fazendo a rua de banheiro, disse que no último dia as coisas mudaram. “Parei. Hoje tem banheiros suficientes e não fica uma hora esperando. Fica 15, 20 minutinhos e dá para aguentar, paquerando as meninas. O que faltou hoje, foram as lixeiras”, diz Luciano Tavares, 30 anos.
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