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Diversão

Na pandemia, Valley volta com desafio de manter todos sentados

Boate sertaneja reformulou a organização para virar apenas bar e abriu as portas nesta quarta (10), 3 meses depois de fechar

Lucas Mamédio | 11/06/2020 07:12
Salão onde antes era possível dançar agora está tomado por mesas (Foto: Paulo Francis)
Salão onde antes era possível dançar agora está tomado por mesas (Foto: Paulo Francis)

Já na entrada, uma cena chama atenção: a dos funcionários que recebem os clientes, super produzidos, bem vestidos, mas com máscaras e ainda uma proteção de acrílico no rosto, aferindo a temperatura de que entra. Uma cena própria de triagem hospitalar.

Mas ninguém ali ia se consultar, todos estavam entrando na Valley, mais conhecida opção sertaneja da noite campo-grandense, e que reabriu as portas depois de três meses fechada por conta da pandemia.

Muita coisa mudou. Na fila para entrar, um segurança atentava para a distância entre um cliente e outro. Deu mais trabalho no começo, depois quase não houve fila.

Na entrada funcionárias com EPIs e aferindo a temperatura dos clientes (Foto: Paulo Francis)
Na entrada funcionárias com EPIs e aferindo a temperatura dos clientes (Foto: Paulo Francis)

Uma funcionária ficou responsável por explicar para quem entrava o limite de pessoas por mesa, seis pessoas. Também que essas pessoas deveriam permanecer sentadas, exceto em casos óbvios, como ir ao banheiro ou outras pequenas necessidades.

O salão onde antes se podia dançar ficou tomado por mesas com espaçamento de dois metros, marcado no chão. Todas as bebidas eram levadas pelo garçom depois de escolhidas. Por enquanto o cliente não vai mais ao bar.

A administração da casa também teve que mexer no cardápio, oferecendo novas opções de porções e comidas, tentando deixar mais ainda com cara de bar ou “Boteco”, marca que está sendo usada.

Juliana Solis, digital influencer, estava sentada do lado de fora com uma amiga. Segundo ela, resolveu arriscar porque conhece a casa e achou que eles dariam conta de seguir as regras. “Eu acho também que já está na hora de as coisas voltarem a funcionar, sabe, tem muito emprego em jogo”.

Lucas diz que "está matando o coronavírus por dentro" (Foto: Paulo Francis)
Lucas diz que "está matando o coronavírus por dentro" (Foto: Paulo Francis)

Pela forma como foi feito, a Valley está basicamente com três ambientes; um no lado de fora, em que estava Juliana e onde fica a área de fumante, limitada a 10 pessoas por vez, como indica uma placa na entrada.

O outro ambiente é o da Valley Pub, onde o espaço é maior e tocam algumas duplas, e o terceiro é o da Valley CG, onde o esquema de mesas é o mesmo e que toca outras duplas ainda.

Um estudante de Maracaju, solteiro, que não quis se identificar, disse que as regras tão rígidas até demais. “Tamo preso até demais, uai”, parecendo se referir ao fato de não poder conversar com muitas meninas.

Foram espalhados também mais de 30 pontos com dispencers contendo álcool em gel. Não vimos ninguém usando, mas eles estavam lá.

Daniela preferiu o camarote por se sentir mais segura (Foto: Paulo Francis)
Daniela preferiu o camarote por se sentir mais segura (Foto: Paulo Francis)

Principalmente na Valley Pub, quando havia troca de duplas e que o DJ assumia o som por alguns instantes, as pessoas dispersavam mais sendo mais complicado controlá-las. Muitas se cumprimentavam, iam às mesas de conhecidos, mas nada generalizado.

O programador industrial Lucas Lima, de 20 anos, estava no único grupo que se mantinha de pé em volta da mesa. O jovem disse que não tem medo pois está “matando o coronavírus por dentro”, brincando com o fato de estar tomando bebida alcoólica.

Outro Lucas, o Lucas Andrade, empresário, estava sentado com um amigo do lado do palco. Ele, que esperava mais duas pessoas, disse que foi à Valley porque estava com saudade de rever os amigos. “Tá muito difícil ficar em casa, não sair, e é muito legal o que eles estão fazendo aqui, eu pelo menos senti confiança”.

Garçons usavam máscara e mesas estão com marcação no chão (Foto: Paulo Francis)
Garçons usavam máscara e mesas estão com marcação no chão (Foto: Paulo Francis)

A personal trainer Daniela Fernandes preferiu o camarote. Ela estava com mais seis amigos, a maioria em pé. “Preferimos porque não temos tanto contato com outras pessoas, aqui só tem gente que convive no dia a dia, por isso me sinto segura sim”.

A administração informou que a ocupação atual vai ser de, no máximo, 300 pessoas. Até quando a reportagem esteve no local, 170 pessoas estavam no local, que tem alvará para 900. O estabelecimento abriu as portas às 17h, bem mais cedo que o costume, e fechou às 23h30.

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Ambiente do lado de fora onde também fica a área de fumante (Foto: Paulo Francis)
Ambiente do lado de fora onde também fica a área de fumante (Foto: Paulo Francis)


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