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Diversão

Nada inocentes: ninguém acredita em maquininhas que oferecem tudo

Mesmo assim, “brincadeira” continua prevalecendo com uma variedade de truques

Por Aletheya Alves | 30/08/2024 06:10


Não são de agora as dúvidas sobre máquinas de bichinhos de pelúcia, mas o assunto ganhou mais repercussão nesta semana, após investigação policial no Rio de Janeiro contra os equipamentos adulterados. Espalhados também por Campo Grande,  os “jogos” passam longe de gerar uma confiança total. Por isso, a esperança de quem gosta da brincadeira é testar todos os truques para tentar sair ganhando.

No caso do Rio de Janeiro, as investigações seguiram denúncias de que havia um sistema para contar as jogadas e liberar os prêmios apenas após uma quantidade definida. Por aqui, essa premissa não pareceu novidade.

E, mesmo tendo essa certeza baseada nas próprias experiências, o assistente de vendas Gabriel Garcia Soldati, de 21 anos, continua passeando pelas máquinas.

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Contando com os meus, da minha mulher e do meu sobrinho, a gente tem mais de 70 bichinhos desses. Acredito que tem a parte da sorte (com a máquina), mas também precisa ver, por exemplo, se o bichinho está solto”, diz indicando um dos truques que faz questão de praticar.

Outra dica que ele diz ter aprendido é não poder soltar a garra antes de o tempo acabar. “A máquina é programada nesse sentido. A garra ‘desprograma’ quando o tempo acaba, então ela vai descer e pegar com mais força”.

De toda forma, Gabriel comenta que o mais importante é realmente se atentar se a máquina pode ser mais ou menos controlada pelos proprietários. “Em alguns bares, por exemplo, eu não gosto de jogar porque elas têm uma programação para, em alguns casos, colocar até R$ 100 antes dela liberar”, diz.

Com todo esse cenário, ele decide gastar parte do salário de forma controlada para não se decepcionar demais e tentar ficar feliz conquistando um prêmio. “Eu não gasto mais de R$ 10 em máquina assim porque fica demais. Então, presto atenção quando vou jogar e faço isso só de vez em quando”.

Cleber diz que não vê tanta graça nas máquinas. (Foto: Marcos Maluf)
Cleber diz que não vê tanta graça nas máquinas. (Foto: Marcos Maluf)

Já o vigilante Cleber Gonzaga, de 43 anos, não vê tanta graça justamente por acreditar que a sorte é, de certa forma, manipulada. “A maioria das máquinas é programada, então depois, por exemplo, de dez tentativas é que ela libera um bicho de pelúcia”, defende.

Ele explica que tentou brincar algumas vezes, mas não é o maior fã. De toda forma, não é contra as máquinas, só pensa que as pessoas precisam ter a noção de que há outros fatores envolvidos.

Acompanhando algumas tentativas durante o dia, a comerciante Mariana de Souza Almeida trabalha próxima a uma das máquinas em Campo Grande. E, para ela, não há quem ainda se engane.

Citando o próprio filho, Mariana comenta que ele tenta colocar os truques em prática e, em algumas vezes, consegue o prêmio. Mas, de toda forma, é a mesma história: ninguém acredita totalmente nas máquinas como se elas fossem entregar tudo. “Elas precisam lucrar”, completa.

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