Nem covid-19 derruba festa junina, mas fogueira queimará diferente
A sequência todo mundo já sabe. Depois do Carnaval, chega a vez da festa junina ser o evento mais esperado entre os brasileiros. As vitrines tiram a purpurina para receber o colorido dos panos misturados com a palha. Mas quem diria que 2020 chegaria colocando o pé até nossa tradição mais “fogueteira” do ano?
Pois é, ainda que nos grupos do Whatsapp famílias compartilhem que as lojas estão cheias de acessórios, não há comparação com as vitrines de anos anteriores. Numa das lojas de aviamentos mais tradicionais da cidade, o Bazar São Gonçalo, os proprietários nem compraram estoque extra. A vitrine também segue simples, exibindo mesmo fios de malha, barbantes, mas nada de roupinhas caipiras e chapéus. No entanto, as vendas contínuas revelam que haverá muita festinha “clandestina” por aí.
A proprietária, muito simpática, lamenta as mudanças, mas diz que as vendas se resumem às festinhas particulares. “Tem gente comprando, mas é pra evento em casa mesmo eu acredito. Não tem escola, não tem as festas grandes, né”, diz Rosane Aguni Metello.
Embora não tenha decorado a vitrine, ela anuncia que um dos cantos da loja tem opções de trajes e acessórios, e sugere colocar um enfeite nem que seja numa mesinha de casa. “Muitos clientes tem comprado para decorar a casa também. Ainda que não festemos como nos anos anteriores, a gente precisa manter a alegria. Então a sugestão é comprar uns acessórios e festejar com quem mora. Lá em casa eu coloquei uns espantalhos”, conta.
Na loja há vestidos adultos e infantis, acessórios e objetos decoração, como balões a R$ 28,00, gravatas a R$ 25,00, chapéus a partir de R$ 8,90, espantalhos e bonequinhos juninos de palha também a R$ 28,00.
Na tentativa de garantir a comilança na pandemia do novo coronavírus, a decoradora de festas Tati Pimentel resolveu investir na “festa junina na caixa”. Para garantir uma festinha em casa para os casais ou famílias, a cesta pode ser uma boa alternativa para quem pensava nos sabores das barraquinhas. A cesta custa R$ 145,00 e vem com milho cozido, cachorro quente, pipoca, arroz carreteiro, curau, canjica, paçoca, pé de moleque, doce de abóbora, bolo de fubá e maça do amor. As encomendas podem ser feitas pelo (67) 98113- 5002.
Para quem todo ano participa de concurso, não há muito que fazer e o jeito é guardar a expectativa para o próximo ano. “Ano passado foi muito trabalhoso e muito gratificante o resultado. Para esse ano a expectativa estava lá em cima, porque desde dezembro eu estava pesquisando as músicas, estávamos confeccionando as peças e já íamos dar início aos ensaios, mas tivemos que adiar esse sonho. E para viver um pouco da quadrilha, estamos confeccionando máscaras para doação”, explica o coreógrafo e professor Roger Pacheco, da Rede Solidária, que ano passado levou o primeiro lugar no concurso de quadrilhas do Arraial de Santo Antônio, promovido pela Prefeitura de Campo Grande.
O grupo de universitários que chegou pela primeira vez ao arraial e ficou em segundo lugar, também no ano passado, lamentou a distância com a festa junina, já que esta seria a última apresentação do grupo. “A gente vai ficar só na saudade mesmo e esperando que um dia o nosso grupo possa voltar, ou que alguém possa trabalhar nossos enredos que já estavam escritos”, comenta o coreógrafo Wanderson Costa do grupo Explosão Aquícola.
Sugestões – Para o período junino não passar em branco, a Sectur (Secretaria de Cultura e Turismo) lançou concurso e evento online como alternativa para os apaixonados por arraial. A Secretaria está com inscrições aberta para o concurso de Máscaras Juninas. O concurso é um convite para envolver crianças de 4 a 12 anos na produção, e vai premiar os cinco finalistas.
O Arraial de Santo Antônio também ganhou versão on-line e será realizado através de live, no canal do YouTube da Sectur, no dia 13 de junho, às 19h30, com direito a shows. Durante a programação haverá apresentações das duplas sertanejas Max e Gabriel, Fred e Vitor.