Pode fazer piada à vontade, Dkukas vai continuar vendendo CD em bares

Quem sai para a noite campo-grandense, em bares e restaurantes, já pode ter sido abordado por um trio de músicos do Norte tentando vender, especialmente, seus discos. A cena é a mesma há quatro anos, desde que Ellô Moura, Maelson Cardos e Lara Kell saíram de Ji-Paraná, em Rondônia, e chegaram a Mato Grosso do Sul.

Mas a insistência no CD físico já virou até piada nas redes sociais. Basta digitar Dkukas no Twitter para ver publicações sobre a banda e até memes sobre o fato dos integrantes brotarem em qualquer canto tentando vender o disco.

Na contramão de músicos que se sentiriam ofendidos pelas brincadeiras, a vocalista Ellô Moura cai na risada e diz que adora ver o nome da banda na boca do povo, mesmo que seja para tirar sarro. “Se ninguém está ofendendo ou sendo preconceituoso, tudo o que a gente pode fazer é lidar com a vida de um jeito mais bem-humorado. Afinal, eles não estão mentindo, a gente aparece em tudo quanto é bar mesmo e vamos continuar”, diz a vocalista.

O grupo, inclusive, respondeu aos seguidores e até gravou um vídeo tirando sarro da própria insistência, que também foi parar nas redes sociais.

Ellô diz que já ouviu muitos questionamentos sobre a insistência em bater perninha para mostrar o trabalho pelos bares, até mesmo para pessoas que já o conhecem. “A gente vive da música, se a gente for só depender somente dos shows, seria uma tarefa quase impossível. Então, a venda de CD é parte do trabalho da banda. Se a venda do disco não fosse tão persistente, ninguém saberia quem é a banda Dkukas”, justifica.

Na era do streming, a escolha pelo CD físico também gera dúvidas. “No começo, muita gente ainda tinha onde rodar o CD e compravam com mais frequência, hoje, o streaming é a desculpa que a galera mais usa para não comprar o disco. Mas o CD tem um valor sentimental pra gente, com o encarte e as letras, e é um pedacinho da banda”.

Para facilitar a vida da freguesia, a banda vende o CD mesmo para quem não tem o aparelho e entrega um cartão onde é possível ter acesso às músicas tanto nas plataformas digitais quanto pelo WhastApp. “Eu as envio”, explica Ellô.

Mas nem tudo são flores, Ellô já ouviu muito esporro nos bares de clientes mal humorados, mas todos os casos, ela buscou relevar. “Um deles surpreendeu. Eu fui mostrar o nosso disco para um casal que tinha acabado de brigar, mas eu não sabia. Eles foram muito grosseiros. Na semana seguinte, eles me encontraram e vieram pedir desculpas, e a gente entendeu”.

Fora pequenos dissabores, Ellô garante que se diverte até com quem resolve fazer meme. “Quem não é visto não é lembrado. Também não deixo que qualquer palavra nos desestimule. Quanto às brincadeiras nas redes sociais, vejo até como uma forma de divulgação gratuita. E o mundo da internet é assim, tem uma pitada de humor em tudo”, finaliza.

Com 6 discos lançados, o trio está em Campo Grande desde 2017, realizando shows em bares e eventos particulares. Eles também já apostaram em rifas e sorteios pelo sonho de lançar novas músicas e agora, já preparam o sétimo CD.

Quem quiser conhecer a história completa da banda, clique aqui.

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