Queridinha na cidade, capivara vira símbolo e vai aparecer “blasé” no Carnaval
A figura em si do mamífero redondinho que atravessa tranquilamente a avenida sem dar muita bola para os carros já parece carregar no andar um ar meio ‘blasé’, de quem não demonstra reação alguma. Originado do Francês, o termo cai bem à capivara e ao campo-grandense que, não generalizando, mas em grande parte, prefere mostrar tédio apenas por afetação.
Este ano o animal queridinho na cidade vai ganhar homenagem. O Mercado Cênico lança o bloco de Carnaval de rua “Capivaras Blasé”, numa brincadeira com o jeitinho campo-grandense.
Formado por amigos, conhecidos e gente interessada em curtir o Carnaval de bloco, feito de samba e marchinhas, as “Capivaras Blasé” entram para o circuito independente de blocos e vai desfilar na segunda-feira de Carnaval, pela Vila Ferroviária.
“Ela se tornou símbolo da cidade, uma mascote e ao mesmo tempo é uma brincadeira com o campo-grandense. Queremos eleger o melhor blasé 2014”, explica o diretor do Mercado Cênico, Vitor Samudio.
Ele segue dizendo que a fantasia pode ser de um amigo ou conhecido que seja ‘blasé’. No entanto, se tratando de Campo Grande é difícil que alguém entre na brincadeira. “Pode vir fantasiado da pessoa mais blasé que você conhece. Mas não é obrigação”, frisa.
Na segunda de Carnaval, a concentração do bloco é partir das 16h, no Mercado Cênico, na rua Doutor Temistocles, 64, na região da Esplanada Ferroviária. Já neste sábado, é o pré-Carnaval das capivaras, no mesmo endereço, a partir das 19h.
O despertar dessa paixão por capivaras na cidade, ou ao menos, o reconhecimento dela como símbolo de Campo Grande, vem de uma crescente sensibilidade pela questão ambiental. Quem lida diariamente com isso, o major da PMA (Polícia Militar Ambiental) Edenilson Queiroz, estende ainda este sentimento para com outros animais também. “Não é só a capivara não, mas uma população toda de animais. A cada ano cresce a sensibilidade com relação à fauna do Estado”, comenta.
Apesar de chamar a atenção, o responsável pelo CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), Elson Borges, revela que o mamífero ainda gera queixas de invasão por parte da população que constantemente relata ver a cidade sendo ‘invadida’.
“Vejo muita crítica, gente que diz que elas transmitem doenças, mas não tem assim, elas são todas muito saudáveis”.