Pare de brincar de bariátrica! Para falar de cirurgia, equipe é a melhor escolha
Ser referência em alguma coisa é igual moeda, tem dois lados. Se de um lado eu tenho um incentivo diário de quem me acompanha, por outro lado muitas vezes também recebo indagações que nem são da minha alçada responder, e que ainda assim tento buscar respostas, porque sinceramente, tem odos tem coragem de perguntar certas coisas para os médicos seja por timidez ou sei lá por qual motivo.
Uma das perguntas mais recorrentes é qual o tipo de cirurgia fazer. Bom, para quem vai fazer cirurgia de redução de estômago eu sei que há três tipos Banda Gástrica Ajustável, Gastrectomia Vertical9, Bypass Gástrico. Eu, Liziane há um ano passei pela gastrectomia vertical, ou seja, uma boa parte (acho que uns 90%) do meu estômago foi retirada. A técnica foi escolhida por quem? É aí que eu entro no tema do meu artigo de hoje.
Gente, eu não sou médica, nem nutricionista, nem psicóloga, sou apenas uma jornalista que se submeteu a uma cirurgia e com isso li muito sobre o assunto e conquistei um espaço para escrever sobre o tema. E diante do tanto de “conselhos” que são despejados diariamente por aí nas comunidades e grupos que discutem a cirurgia bariátrica, se eu pudesse dar um único conselho é: operado não é especialista em nada.
Operado é alguém que tem experiência na própria cirurgia e a maneira que pode ajudar é trocando ideias e repassando aquilo que já vivenciou, tal como nos grupos de auto-ajuda. E sei que posso receber críticas por ser tão “crítica”, mas diante de tantas pessoas que me procuram diariamente para falar sobre o assunto, sei que é preciso responsabilidade para aconselhar, em especial em um procedimento tão sério e cheio de riscos como a bariátrica.
Isso acontece especialmente em dois momentos: quando a pessoa resolve operar e quer escolher o tipo de operação. “Ah, mas me disseram que a by pass é mais agressiva e tem que tomar vitaminas”. Mito! Gente, eu fui submetida como disse a sleeve e tomo vitaminas – igual a minha cara, porque às vezes eu sou irresponsável, e minha nutricionista Mariana Corradi já me alertou sobre essa necessidade, simplesmente porque ela me acompanha. E meu médico é o único que decidiu sobre o tipo de cirurgia que seria feito, e o motivo é o mais óbvio possível. Oras, eu estudei para ser jornalista e não para ser cirurgiã gástrica!
Claro que se eu visse algum absurdo, eu iria falar, mas se ele viu todos os meus exames, se ele analisou desde os exames de sangue, ao tempo de coagulação que meu organismo tem a minha endoscopia, ele quem tem o conhecimento para decidir o que será feito, não eu.
O outro momento é quando morre alguém que fez a bariátrica. Eu já disse que pessoas morrem todos os dias e sim, é muito triste, até porque quem encara uma bariátrica em sua maioria são pessoas que sofrem da obesidade que é uma doença e não uma frescura. Não canso de falar isso nem nunca vou cansar.
Claro que eu me comovo, eu sempre choro, eu sempre converso com quem está na expectativa de fazer e sim, sempre acho que sou um caso de sucesso, mesmo que eu não tenha ficado literalmente magra. Infelizmente e é triste você saber que alguém morreu em busca de uma vida melhor, de qualidade de vida em decorrência da obesidade que já é considerado o mal do século. Mas, pessoas morrem todos os dias de problemas causados pela obesidade mórbida, com problemas coronários, de coluna, de locomoção e tantos outros causados pelo excesso de peso. Inclusive já escrevi sobre isso aqui no #VaiGordinha
Então, a coluna que sempre tem um viés de brincadeira, hoje vai falar sério: parem de brincar de bariátrica, e se alguém (seja você ou alguém próximo) escolheu passar por um procedimento tão sério, acredite na equipe que você escolheu para te atender. Eles são as pessoas mais preparadas para isso. Não acredite em tudo que lê, nem duvide de tudo que te contam, mas esteja preparado para viver uma experiência única. E se você chegar em alguém para comentar qualquer situação de saúde que seja, fica esperto se a pessoa te der soluções mágicas ou palpites desnecessários, porque resolver problemas alheios é muito fácil, mas sua saúde é algo único e a experiência de uma cirurgia é única também.
E eu? Com a experiência que tenho só posso dizer que se for para indicar alguém será a equipe médica que me atendeu e dizer que os dois primeiros meses são horríveis, mas que depois, as coisas mudam de figura e você, acredite, terá pela frente tempos muitos melhores!
Seja em qual decisão for, acredite em você!