Quais foram suas promessas? Para mim, foi deixar 67 quilos para trás
Você lembra das promessas que fez em 2014? Para 2015? Eu, em dezembro de 2014 já estava de cirurgia marcada e saberia que a data da minha mudança seria 14 de janeiro de 2015, data em que eu comemoro meu “ano novo”.
Pois bem, uma das minhas metas de 2015 era essa: emagrecer! Claro, que eu fui para mesa de cirurgia me pelando de medo de morrer, óbvio! Um procedimento daqueles que deixaria qualquer um nervoso, mas eu não perderia a chance. Nessa mesma época, eu soube que tinha um pequeno tumor no duodeno que fez com que eu sentisse vários tipos de medo, entre eles o de não poder fazer a cirurgia. Felizmente a equipe médica do doutor Cesar Conte não desistiu de mim e poucos dias antes do ano acabar, ele me tranqüilizou que sim, eu faria a cirurgia.
Eu pesava cerca de 170 quilos. E minha meta número 2 era eliminar 60 quilos. Então meu médico me explicou que a técnica sleeve levava a um emagrecimento mais lento, visto que eu não teria desvio de intestino. Mas eu não poderia desistir! A meta médica era quantos? Não lembro, sei que era 50, no primeiro ano.
Então aquilo que me faz sorrir ao escrever se tornou uma realidade na minha vida: eu emagreci 67 quilos. Pesados ontem! Maravilhosos SESSENTA E SETE QUILOS. Claro, que minha meta era emagrecer 71 e terminar o ano nos dois dígitos, e apesar de eu ainda ter mais uns dias para o ano acabar, eu acredito que não vou conseguir.
Mas não me sinto frustrada, porque fiz tudo ao meu ritmo, e às vezes com alguns excessos. Teve dias que eu deixava minha nutricionista Mariana Corradi louca da vida, eu confesso. Bem como o fato de eu comer doce e fritura e não sentir nada, nada, nada, enquanto a maioria das pessoas tem dumping e passam muito mal, eu me sinto um avestruz com o estomago pequeno.
Claro que não vou dizer que tudo são flores. Às vezes para mim, sair de casa é um martírio sem fim! Se for para comer, eu me sinto mal mesmo, porque sinto vontades (cabeça de quem tinha estomago grande), muitas vezes os cheiros que as comidas exalam ou até mesmo perfumes me fazem passar mal.
Mas olhando para trás, os meus planos de 2015 eu acredito que sim, apesar de não ter alcançado os dois dígitos: FOI O ANO!
E sabe o que é mais legal que entrar em uma calça 48 (eu usava 64) ou usar um salto o dia todo e não morrer de dor? Muito mais legal que pesar 103 quilos (meu peso atual depois de um mês em efeito platô) ou poder subir as escadas do jornal sem desmaiar no final, é que eu durante todo esse ano dividi isso com vocês, leitores do Lado B e do Vai Gordinha.
Foi um ano em que cada pessoa que me mandava uma mensagem, cada pessoa que me dizia: “Olha, eu te sigo no Campo Grande News” ou que gritava “Vai Gordinha” quando me via na rua, cada um de vocês fizeram com que cada quilo valesse mais a pena.
Se eu ainda penso em emagrecer mais? Claro! Agora, com bem menos peso eu já posso fazer academia e estou arriscando já. Continuo não sendo uma defensora perpétua da cirurgia discriminadamente, e acredito sim que a bariátrica é só um apoio, para quem como eu precisava da cirurgia para ajudar a sair da escuridão da super obesidade.
E pensar que há um ano, eu nem imaginava que eu estava precisando tanto dessa ajuda. Eu pensava que seria só emagrecer e pronto. E nessa caminhada onde descobri que é um caminho longo e por vezes tortuoso, ter a companhia dos leitores foi essencial para as vitórias do dia a dia.
E nos planos de 2016? Sim, continua pesar menos de cem quilos! É meu sonho pesar 98, falta bem pouco, só cinco quilos! Mas para quem emagreceu 67 quilos e tem a melhor platéia do mundo, esses cinco quilos serão muito mais fáceis de deixar para trás e bater a meta, mesmo que seja só no ano que vem, afinal ele está bem ali!
Como não posso deixar de falar de comida, no frigir dos ovos, posso dizer que o que mais me deixou feliz da vida foi falar sobre a obesidade de forma escancarada num espaço como este, onde falamos de preconceito e gordofobia! E posso dizer: MUITO OBRIGADA!
E você? Quais os seus planos para 2016? Vem comigo? Bora ser feliz?