Terapia com cavalos volta, para alegria das crianças na pandemia
Seguindo rígido protocolo de biossegurança, equoterapia da PM retornou após seis meses sem atividades
"O cavalinho quer te ver de máscara!". É assim que as crianças do Centro de Equoterapia da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul foram recebidas pelos educadores nesta segunda-feira (31). A terapia ocupacional estava parada desde o final de março, e só voltou nesta semana, depois que o protocolo de biossegurança foi elaborado para proteção dos pequenos.
"Nós tivemos essa demanda dos próprios pais que queriam que seus dependentes voltassem à equoterapia. Mas nós também ficamos muito inseguros, já que essas crianças além das comorbidades também têm uma imunidade mais delicada", explica a Tenente Coronel Neidy Centurião, presidente do centro.
Ela e toda a equipe trabalharam junto a um acadêmico de Educação Física para fazer a adaptação dos novos procedimentos. "Aqui todo mundo é uma família, e queremos a segurança de todos, é de nossa total responsabilidade", afirma. Antes da pandemia, o centro atendia um total de 132 crianças. Agora, será realizado com apenas 12 e em fase de experiência.
Hora de voltar – "Hoje meu filho acordou muito cedo, de pura ansiedade. 'Não é hoje que vamos ver os cavalinhos?'. Ele e todo mundo já estava na maior expectativa", explica Francielli Fernandes da Silva, mãe do menino Victor. O garoto, que participa da equoterapia desde 2013, tem paralisia cerebral (PC). "É uma atividade essencial. Quando parou, até tinha perdido as esperanças. Depois que ele começou, teve uma evolução muito boa, toda uma questão de musculatura de tronco, coordenação, de equilíbrio. Agora, podemos voltar a dar cenoura aos cavalos", brinca Fran.
A dona de casa Lucilene Flores, mãe de Camila, menina com transtorno do espectro do autismo (TEA), agradece a dedicação dos profissionais pelo retorno às atividades. "É a nossa vida, mas é a deles também. Todo mundo tá fazendo o possível para poder voltar ao normal. Com todos os aparatos de segurança, vestimentas, com as recomendações de higienização, etc. Devagarinho a gente vai se adaptando", ressalta.
Professores da educação especial da Reme (Rede Municipal de Ensino) de Campo Grande, o casal Sara e Carlos Rocha também levaram o filho Enzo Gabriel à terapia com cavalos da PMMS. "Ele tem muita resistência ao uso da máscara. Mas só foi ele começar a atividade que acabou respeitando tudo, se concentrando, fazendo tudo direitinho. Do primeiro momento de hoje, já tem coisa positiva, e é a maior felicidade", comentam. O menininho de quase 6 anos tem síndrome de down (SD).
Segurança em primeiro lugar – Além da utilização das EPIs (equipamentos de proteção individual) a todos os envolvidos no decorrer das atividades, o Segundo Tenente Vanderlei Lorensetti enfatiza é preciso respeitar os aspectos sanitários nessa nova normalidade. "Estamos fazendo tudo com muita tranquilidade para levar e devolver pais, crianças e a própria equipe em segurança".
Além das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), também estão medindo a temperatura corporal e executando higienização obrigatória nas mãos, selas e materiais usados. "É essencial álcool 70 e também hipoclorito de sódio [água sanitária] antes e depois de cada sessão. A incerteza da pandemia causou esse quadro, mas estamos com a testagem rigorosa justamente para retornar os encontros".
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