Um RPG cheio de reviravoltas e novidades para os fãs do gênero chega ao Switch
O que dá para fazer em cinco minutos? Cozinhar um miojo e colocá-lo no prato, ouvir uma música boa, dar aquela espiada no Instagram, pedir uma pizza. São tantas opções que enfrentar um rei demônio e lembrar de toda a sua trajetória até ali acaba não sendo uma das primeiras escolhas da grande maioria das pessoas por aí. Felizmente, a Nippon Ichi e a NIS America estão nos oferecendo um game que consegue muito bem explicar esta última opção, além de nos divertir por horas.
Em The Longest Five Minutes jogamos com o protagonista Flash Back que de repente se vê sem memória em meio a um confronto final contra o rei demônio. Seus três companheiros, Yuzu, Clover e Regent, se desesperam ao ver que seu líder não se lembra de como chegaram até ali, mas ainda mais preocupante é o que fazer a partir daquele momento. Resta aos quatro heróis tentarem recuperar as lembranças para juntar forças e saírem vitoriosos da peleja, porém tudo deverá ser realizado dentro de cinco minutos.
Com esta premissa diferentona, o game se mostra como um RPG japonês dos mais clássicos: batalhas por turnos, explorações de dungeons, ganho de level, e uma história relativamente clichê. Os temas de sacrifício e auto-reconhecimento são os mais recorrentes, mas conseguem apresentar focos alternativos em momentos específicos. Por exemplo, Regent é um personagem que sempre quis ser um bardo ao contrário do que sua família feita de magos quer, porém ele decide desistir momentaneamente de seu sonho para ajudar na salvação do mundo.
Curiosamente, ele apenas consegue ser de grande valia quando passa a ser um músico melhor. Esse tipo de reviravolta ocorre o tempo todo na aventura, nos fazendo curtir cada um dos personagens.
Durante as pouco mais de dez horas de jogo para completar sua história, passamos a entender que mesmo o título fazendo muitas referências e homenagens a outros games do gênero (os gráficos lembram muito Pokémon enquanto que as batalhas remetem a Dragon Quest), ele tenta desconstruir vários desses mesmos elementos. Isso passa a ser bom quando nos vemos em um estilo narrativo diferente, de trás pra frente, porém também consegue ser ruim ao simplificar em demasia a exploração de dungeons, o ganho de níveis e as aquisições de itens. Tudo é muito fácil e, muitas vezes, inútil, pois por quê você compraria alguma espada mais forte e cara se isso não passa de uma memória do personagem, e na seguinte não mais vamos ter em posse tal artefato? Vendo por esse lado, a experiência que The Longest Five Minutes traz é muito mais focada em leitura de diálogos do que em “jogar de fato”.
Felizmente, a história é genuinamente gostosa de acompanhar, mesmo que não consiga fugir de clichês japoneses. As músicas são empolgantes, nada que o fará ouvir constantemente fora do game, mas que agrada. A jogabilidade é simples, e esta é a verdadeira nomenclatura coerente para o game. Tudo é incrivelmente simplista, a tentativa de se enxergar todo um gênero por outro ângulo é louvável, mas sinto que pelo valor cobrado (39,90 dólares), há menos no título do que eu gostaria. Ele não chega a ser uma peça essencial na coleção dos fãs de RPG, mas garanto que vai divertir aquele que se aventurar por mais do que cinco minutos.
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