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Moda

Diretor do SPFW cobra política para incentivar Moda na periferia do Brasil

Ângela Kempfer, de São Paulo | 11/06/2012 19:20
Paulo Borges, durante abertura do SPFW. (Fotos: Ângela Kempfer)
Paulo Borges, durante abertura do SPFW. (Fotos: Ângela Kempfer)

Paulo Borges, diretor do São Paulo Fashion Week, é um homem que à primeira vista surge como um cara calmo, mas é só o assunto “moda” surgir para o jovem senhor descer do salto e falar grosso, principalmente, quando os dardos têm como alvo a estampa do governo federal.

“Eles (governo) sobretaxam produtos importados e o tecido vai às alturas, quem pediu isso ao governo. O setor é que não foi”, reclama na abertura da semana de moda que segue até o dia 16.

O que inspira a garotada que quer fazer da moda um futuro, é o discurso de Paulo Borges sobre a necessidade de investir, principalmente, no interior do Brasil, fora do eixo Rio/São Paulo.

Fã da Semana de Arte Moderna de 22, ele gosta de falar que o grito daquela época tem de continuar alto, para fazer o País aprender a olhar para si mesmo. “O Brasil tem aí um caminho próprio. Todo mundo elogia. As bússolas estão todas voltadas para cá, mas não sei se o País tem condições de acompanhar isso. Estamos engatinhando”, avalia.

A economia criativa, na opinião do chefe da SPFW, deveria ser um dos caminhos mais efetivos para o desenvolvimento do País, mas não é. “Somos o segundo setor que mais gera renda e trabalho. Não entendo esse desprestígio”, reclama,

Na mesma direção, um dos órgãos parceiro do São Paulo Fashion Week, o Sebrae, garante que em 2 anos e meio fecha a primeira fase de um projeto que pretende interiorizar a profissionalização da Moda.

Em Mato Grosso do Sul, Dourados é o município que desponta, segundo Juliana Borges, gestora da carteira de moda do Sebrae. “É o município que mais impressiona em Mato Grosso do Sul. E estamos trazendo grupos de lá de de outros lugares, que fazem moda em diferentes regiões, para aprender aqui como funciona um evento grande como esse, para irmos aprimorando os processos”.

Pequenos empresários nos estados terão palestras específicas com Paulo Borges sobre a cadeia produtiva e assim, minimamente, o Sebrae pretende alavancar o setor pelo Brasil. “Aqui, o empresário aprende desde o tratamento que deve ter com a imprensa. É importante que vejam a grandiosidade e onde podem chegar”, explica.

Para Paulo Borges, ações maiores deveriam ser desencadeadas, como incentivos específicos para a indústria da moda.

Ele é presidente do In-Mod (Instituto Nacional de Moda e Design), que este ano assinou convênio com o Sebrae chamado "Contextualizar na Moda", para a inserção de pequenos e médios negócios têxteis, de couro, calçados e joias na no mercado dos poderosos.

Este ano, também foi um dos cabeças do Movimento HotSpot, festival cultural de artes integradas que vai identificar e premiar as ideias e iniciativas mais inovadoras de 11 áreas da chamada economia criativa, que engloba moda, beleza, design, fotografia, ilustração, design gráfico, arquitetura, música, cenografia e filme.

Mas “por enquanto, o Brasil olha o futuro, vivendo no passado. Nosso papel é continuar gritando”, resmunga Paulo Borges.

Paulo ao centro, e os parceiros da SPFW.
Paulo ao centro, e os parceiros da SPFW.
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