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Sabor

Aos 58 anos, Otávio recomeça vendendo quentinhas no Centro

Após falir, maître passou a vender quentinhas para recuperar tudo o que perdeu

Danielle Valentim | 20/07/2019 07:25
Apesar do estilo de venda parecido com o do RJ, Otávio é um cearense criado em São Paulo. (Foto: Marina Pacheco)
Apesar do estilo de venda parecido com o do RJ, Otávio é um cearense criado em São Paulo. (Foto: Marina Pacheco)

“Olha o marmitex! É seis reais e a sobremesa é grátis!”. De boné na cabeça, pochete na cintura e gogó afiado, o maître Otávio Silva, de 58 anos, escolheu Campo Grande para recomeçar a vida, após ir à falência. Cearense criado em São Paulo, agora ele vende quentinhas em praças e ruas do Centro.

Equipe do Lado B passava pelo Centro quando deparou com o sorriso de Otávio vendendo marmitex no boca a boca, cena muito comum em praias cariocas e, assim como na beira do mar, as negociações são rápidas e as quentinhas acabam em pouco tempo.

Além do preço camarada, o maior apelo é para a sobremesa gratuita, que no decorrer da semana ganha novas versões. Morando por aqui há seis meses, ele conta que conheceu a dona do restaurante 'Amigos da Rô', localizado na Rua Joaquim Murtinho, e propôs começar as vendas pelo Centro.

Além do preço baixo, o marketing de Otávio é a sobremesa gratuita, que no decorrer da semana ganha variedades. (Foto: Marina Pacheco)
Além do preço baixo, o marketing de Otávio é a sobremesa gratuita, que no decorrer da semana ganha variedades. (Foto: Marina Pacheco)

A cozinheira topou e a parceria virou "sucesso". Ela prepara as quentinhas e ele vende pela cidade. Mas para encontrá-lo é preciso sorte, porque não há ponto fixo.

Otávio conta que a mudança de vida começou em São Paulo, onde chegou aos 14 anos e se tornou maître. Após se especializar, ele trabalhou em redes hoteleiras conhecidas como MaksoudPlaza, Sheraton, Mofarrej e Transamérica. Mas, há 18 anos, resolveu trabalhar nas regiões Norte e Nordeste do País.

"Meu restaurante faliu no ano passado", disse. (Foto: Marina Pacheco)
"Meu restaurante faliu no ano passado", disse. (Foto: Marina Pacheco)

“Com a profissão conheci 25 capitais, até me fixar em Macapá. Lá montei uma lanchonete que virou restaurante e durou 10 anos. O empreendimento não resistiu a crise e eu fali ano passado, me separei da esposa com quem tenho uma filha e como já tinha passado por Campo Grande decidi voltar”, conta.

Ele diz que entrega as quentinhas no Centro de segunda a sexta, vende espetinhos à noite e aos fins de semana presta serviço em uma churrascaria. O desejo é "retomar a vida com calma, mas pretende envelhecer na capital sul-mato-grossense".

“Daqui n~]ao saio, daqui ninguém me tira, eu amo Campo Grande. Cada lugar tem seu sistema, mas aqui tem essa miscigenação. E eu me adapto fácil”, diz.

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Mas para encontrá-lo tem de ter sorte, já que ele não para em ponto fixo. (Foto: Danielle Valentim)
Mas para encontrá-lo tem de ter sorte, já que ele não para em ponto fixo. (Foto: Danielle Valentim)
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