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Sabor

Apesar do bom momento, hotéis quase não têm gastronomia de MS no cardápio

Elverson Cardozo | 17/06/2014 06:53
Moqueca de pintado é um dos pratos servidos nos hotéis de Campo Grande. (Foto: Divulgação/Hotel Indaiá)
Moqueca de pintado é um dos pratos servidos nos hotéis de Campo Grande. (Foto: Divulgação/Hotel Indaiá)

Nem a Copa do Mundo e a presença de turistas em Campo Grande, de passagem por Mato Grosso do Sul, fez com a que a rede hoteleria investisse na gastronomia regional. A maioria dos hotéis da cidade não mudou o cardápio. Continua a oferecer pratos clássicos. As únicas opções com a cara do Estado são à base de pintado.

É o caso do Jandaia, no Centro, um dos principais hotéis da cidade. Nos dois restaurantes da rede são oferecidos vários pratos deles com o peixe. O destaque vai para o Pintado à Pantanal (com molho vermelho, tomate, pimentão). Também tem a conhecida moqueca.

O Exceler, no Amambaí, oferece o pintado a Belle Meunière (com alcaparra, camarão, champignon, batata a vapor) e a opção com molho de maracujá que, além da mistura, leva catupiry. No Novotel, localizado no Jardim Copacabana, a única opção é a muqueca (filé de pintado, pimentão, cebola, cheiro verde, azeite de dendê e pirão), que mais se enquadra na cozinha brasileira. No Grand Park, o único prato regional é o pintado à urucum.

Dentre todos os pesquisados pelo Lado B, o Indaiá, na Avenida Afonso Pena, é a exceção. O cardápio do restaurante foi desenvolvido pela chef de cozinha Vera Menezes, que fez questão de dar destaque à gastronomia regional.

O trabalho levou 6 meses. “Foi feita uma pesquisa de público e testes de aceitação. O hotel não tinha nenhum prato da culinária regional e os hóspedes perguntavam”, conta.

Chef Vera Chaves elaborou novo cardápio do hotel Indaiá. (Foto: Arquivo Pessoal)
Chef Vera Chaves elaborou novo cardápio do hotel Indaiá. (Foto: Arquivo Pessoal)

Hoje, quem chega ao Indaiá, pode pedir galinhada com pequi, costelinha de pacu frita, pintado à urucum (filé à milanesa, molho de tomate, molho branco fatias de queijo e mussarela), filé de pintado com amêndoas (molho clássico de manteiga, champignon e lascas de amêndoas), caldo de piranha e a conhecida moqueca de pintado (postas de peixe, leite de coco, tomate, cebola, pimentão – acompanha arroz branco e pirão).

“O nosso é com peixe de rio e não de cativeiro. A diferença é que ele se exercita. A carne não acumula gordura e fica macia”, explica.

Embora o pintado seja encontrado com facilidade nas águas do Estado e represente bem a culinária do Estado, faltam opções na cidade, especialmente na rede hoteleira, avalia Vera.

“Não é muito explorado e hoje a gastronomia está muito voltada ao regionalismo, nessa coisa de valorizar o ingrediente local. Eu sinto falta. Oferecemos pouco”, afirma.

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