Avó ensina família toda a fazer cuscuz para acabar com polêmica
Como a receita virou polêmica no BBB 2021 e até hoje rende memes na internet, o Lado B foi atrás do cuscuz
Uma das primeiras comidas sólidas de um nordestino é o cuscuz. O prato, além de simples de fazer, vem em várias formas. Pergunte para um nordestino sobre cuscuz e provavelmente ele vai começar a enumerar os diferentes tipos: é cuscuz com ovo, com charque, com leite, com manteiga. Mas por favor, a jornalista que aqui escreve é natural de Pernambuco e apenas pede encarecidademente por uma coisa: em qualquer receita que leve cuscuz, por favor, jamais deixe de hidratar o flocão.
No BBB 2021, uma das brigas mais famosas foi entre Fiuk, Juliette e Gilberto justamente em torno do preparo do cuscuz. Fiuk teve a capacidade de usar a farinha flocada como se fosse farinha de mandioca para fazer farofa, ignorando as explicações da paraibana e do pernambucano ao seu lado. Lágrimas de Juliette a parte, essa situação gerou polêmica nas redes sociais e principalmente muito deboche para o lado do filho de Fábio Júnior. A questão é que, independente da receita, a farinha flocada precisa ser hidratada e cozida ao vapor antes.
No assunto cuscuz, minhas principais referências são minha avó, a dona de casa Ednalva Cavalcanti, e meu pai, o funcionário público Ricardo Souza da Silva. De acordo com ambos, quem manda no tipo do cuscuz, é o paladar quem está comendo. “O negócio é seco, então por isso é bom sempre acompanhar alguma coisa, pode ser ovos, leite, banana frita, charque”, explica painho. Mas a hidratação precisa acontecer.
Depois de hidratado, o flocão incha e acaba inclusive rendendo mais. A hidratação é no olho mesmo. Como aprendi com minha família é preciso colocar “a mão na massa” para identificar o ponto da umidade do cuscuz, acrescentando água aos poucos.
E é preciso cozinhar a vapor, em uma cuscuzeira de preferência. Há diferentes tipos de cuscuzeiras, mas o resultado é garantido igual. A cuscuzeira “peitinho” é aquela que deixa o formado do cuscuz com um biquinho em cima. Mas a mais conhecida é a tradicional mesmo, com a separação feita por um cestinho dentro do recipiente. Depois de poucos minutos após a fervura, o cuscuz já está pronto e então é só acrescentar o acompanhamento desejado.
E o recheio e a forma de preparo são as únicas diferenças do cuscuz conhecido como cuscuz paulista. Pelo menos entre a minha família, ninguém tem problema com essa variante não. “O cuscuz paulista é enformado e com muitos recheios diferentes. O preparo varia de lugar para lugar, mas é tudo cuscuz. E pra todos têm que hidratar o flocão antes”, detalha painho.
Se perguntam para minha avó sobre os benefícios do cuscuz, a resposta dela é sempre uma: “É forte”. Cuscuz é conhecido por dar sustância ao longo do dia e pode ser consumido em qualquer uma das refeições. Ou em todas, como acontece várias vezes lá em casa. “Eu gosto de todo jeito. Que deus abençoe todo dia um cuscuzinho”, reforça voinha.
Na Capital é possível comer cuscuz em pelo menos dois lugares. Sob encomenda, a potiguar Lurdinha, vende cuscuz no pote que leva no recheio bacon, calabresa, ovo e vinagrete e já apareceu aqui no Lado B. O telefone para encomendas é (67) 99138-2500.
Há também a tapiocaria Mandacaru Tapioca, é possível comer cuscuz salgado e doce. De acordo com o neto de alagoanos Denis da Silva Alvarenga, ele e esposa Daiane Uemura Camargo, adaptaram vários recheios das tapicas para o cuscuz. No cardápio há cuscuz de frango, carne seca ou até camarão. De acordo com Denis, em breve haverá inclusive opções doces. Pedidos podem ser feitos no (67) 99140-2461.