Buffet para festas, 100% orgânico, tem torta de jatobá e pão de pequi
Produtos orgânicos misturados aos frutos do Cerrado. É este o cardápio que a Associação Broto Frutos Culinária do Cerrado Rosinhalu oferece para os eventos em Campo Grande. Elas são em 12 sócias e a frente do trabalho, oito mulheres na produção e no serviço de buffet. Da agricultura familiar, parte delas tendo em comum a luta por terra, é dos assentamentos que vem os produtos orgânicos e da natureza, os frutos do Cerrado.
A procura pelo menu natural tem sido intensa, só no último final de semana elas atenderam três eventos na Capital. No currículo, a associação tem como experiência profissional buffet de cerimônias na Câmara Municipal, Sebrae e até camarote do show de Munhoz e Mariano.
O grupo é formado por 15 famílias diretas, mas também movimenta outras 54 indiretamente, ao comprar matéria prima dos assentamentos. Há dois anos, elas estão na labuta de plantar, colher e cozinhar os pratos que levam castanha de baru, pequi, bocaiuva, jatobá, guavira, entre outros tantos ingredientes, retirados da própria natureza. Quando o assunto é montar receita, a criatividade entra em cena e o céu é o limite.
A presidente da Associação, Rosa Maria da Silva, explica são vários os pratos a serem servidos. O cardápio do último evento, trouxe à mesa peito de frango com castanha de baru e tomate cereja, arroz integral com espinafre e cheiro verde, salada de cenoura, vagem e feijão de corda, de sobremesa: brigadeiro da baru e de bebida, o suco de mangaba.
O serviço é todo por conta delas, desde achar a matéria prima até o ponto perfeito na panela. O buffet terceiriza garçons e pode ser uma opção para as confraternizações de final de ano. Rosa só faz o alerta para que a contratação seja feita com pelo menos três dias de antecedência.
Para um coffee break, por exemplo, Rosa fala que o cardápio pode trazer esfirra de carne com farinha de baru, torta de jatobá com frango, pasta de salsa e cebola, pão de pequi e baru e suco de mangaba.
Elas se uniram a partir da ideia de juntar quem já produzia orgânicos com os frutos que a natureza sul-mato-grossense oferecia, aliando à produção a atividade extrativista, de retirar da natureza o que ela oferece de mais puro.
Assentada pela reforma agrária, Oziane da Silva Almeida dos Santos, 36 anos, conta que a divulgação começou em feiras e pequenos eventos. “Degustava, gostavam e pediam para a gente”, explica. Se, por ventura, não tem a matéria prima na plantação, elas já tem parceiros que podem oferecer os produtos.
Mais que a comida orgânica, a Associação trabalha o conceito da agricultura familiar. Filha de pequenos produtores, Oziane passou três anos acampada à espera de terra. “Você fala em reforma agrária e tem um impacto diferente. Nós estamos mostrando que a agricultura familiar dá certo e estamos mudando o olhar das pessoas. Nosso objetivo é levar produtos da nossa natureza”, finaliza.
Na apresentação dos pratos, ou melhor dizendo, com o cardápio à mesa, plaquinhas explicam o que é cada opção, para ninguém se perder. O contato da Associação é o 9296-5492 ou 9268-6454.