Café e panqueca americana viram sonho para tirar pai do caminhão
Casal, filhos e genro apostaram tudo para serem donos do próprio negócio e verem o paizão aposentar da vida de caminhoneiro
Quem vive uma rotina estressante e corrida acaba se esquecendo da refeição mais importante do dia: o café da manhã. Menos a Márcia Cristina da Rocha Garzon, de 48 anos, que se diz maluca por cafés. Não foi à toa que na ânsia de mudar a vida da família escolheu o cafezinho tradicional como ponto de partida para ter o próprio negócio.
Assim nasceu a cafeteria Coffe House, na Rua Padre João Crippa, em frente à universidade particular, para que moradores e alunos da região não pulassem mais o desjejum. Além de salgados e sanduíches, a panqueca americana com calda de chocolate é o carro-chefe do lugar. Mas a família aposta em variedade de cafés e nos famosos smothies, bebida refrescante batida com sabores que vão de frutas vermelhas ao de biscoito Oreo.
E você ainda pode ser ouvinte de uma boa história da família, principalmente se tiver curiosidade de como anda a vida de recém-empreendedores que apostaram todas as fichas às vésperas de uma pandemia e se viram de portas fechadas com menos de um mês de inauguração. Foi exatamente isso que aconteceu com a família de Márcia, que é sócia do marido José Valni Reis Garzon, 53 anos, e do genro Johnny Vinicius de Oliveira Alves.
“Nem em sonho a gente imaginava que o começo da nossa história como donos de uma cafeteria seria marcado por uma pandemia. Só de lembrar o dia que eu tive de fechar as portas, em março, já fico maluca”, conta a sócia.
Márcia lembra que ela, o marido e o genro apostaram tudo o que tinham. Escolheram um ponto comercial bem localizado, investiram no trabalho de um arquiteto para um projeto que trouxesse conforto aos clientes, e juntos, vibraram com a casa lotada nos primeiros dias, naquela emoção da inauguração.
Foram 25 dias de portas fechadas por causa de um decreto durante a quarentena provocada pela pandemia do novo coronavírus. Mas nada abalou a vontade da família que reabriu o café disposto a vencer as dificuldades desse período. “A gente vai seguir em frente. Essa cafeteria surgiu porque nossa família ama café e também porque queríamos mudar a vida do meu marido que é caminhoneiro”.
O café, segundo Marcia, nasceu com objetivo de unir a família e tirar o paizão da estrada. “Nem eu e nem os meus filhos queríamos que ele continuasse a vida inteira no caminhão. O café seria uma chance para ficarmos juntos e ele ter mais qualidade de vida, menos cansaço”.
Diante da pandemia José ainda não abandonou o caminhão, mas segue trabalhando com a esposa no estabelecimento. “A vida de caminhoneiro é uma vida sofrida, começando a dar certo no café, a gente vai tirar ele de vez do caminhão. Esse é o nosso objetivo”, explica a esposa, como forma de retribuir os anos de esforço que garantiram, principalmente, o sucesso dos filhos.
“Orgulhamo-nos muito de tudo o que trabalhamos, ele principalmente, nessa vida. Temos um filho fazendo faculdade de Medicina em Ponta Porã, outro faz Direito aqui em Campo Grande e outra formou-se em Engenharia Civil”, conta orgulhosa.
Quem quiser ajudar essa família a dar continuidade nos negócios, basta conhecer e desfrutar da cafeteria que fica na Rua Padre João Crippa, 2215, esquina com Abrão Júlio Rahe. O horário de atendimento é das 8h às 17h de segunda a sábado.