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Sabor

Liana resgata ascendência italiana na sala de casa produzindo ravioli

Após ter contrato de confeiteira suspenso, jeito foi se reinventar na sala de casa produzindo várias massas, de lasanha e nhoque

Alana Portela | 25/08/2020 06:24
Ravioli pronto para ser saboreado. (Foto: Nathalia Cavalcante e Leandro Roncisvalle)
Ravioli pronto para ser saboreado. (Foto: Nathalia Cavalcante e Leandro Roncisvalle)

Para sobreviver em tempos de pandemia, Liana Scandola resolveu resgatar a descendência italiana e apostar na produção de massas na tentativa de gerar renda. Desde que o coronavírus se espalhou por Campo Grande, ela teve o contrato de confeiteira suspenso e precisou se virar nos 30 para driblar a crise. Agora, vende receitas típicas, e transformou a sala da casa onde mora na “La Cucina”.

“Comecei fazendo nhoque de [abóbora] cabotiã, que foi meu carro-chefe por um bom tempo. Depois resolvi inovar para o pessoal não enjoar e passei a fazer ravióli, rondelli, lasanha. Hoje, estou vivendo disso e tenho quase certeza de vou continuar com o negócio próprio”, diz Liana se referindo em manter a atividade após pandemia.

Aos 51 anos, ela relata que o gosto pela cozinha surgiu ainda na infância, quando via a sua mãe Aparecida e sua avó Estela prepararem massa caseira sobre a mesa, aos finais de semana. “Minha avó era italiana, veio para o Brasil na 1ª Guerra Mundial. Desde pequena via as duas fazendo macarrão mais rústico, usando um cilindro manual. Minha mãe gostava muito de cozinhar e me ensinou”, lembra.

Com o auxílio do cilindro, Liana Scandola modela a massa que usa na produção dos pratos. (Foto: Nathalia Cavalcante e Leandro  Roncisvalle)
Com o auxílio do cilindro, Liana Scandola modela a massa que usa na produção dos pratos. (Foto: Nathalia Cavalcante e Leandro Roncisvalle)

Aos olhos de menina, ver a família reunida na ocasião fez aflorar sentimentos bons e uma vontade imensa de saborear novamente as massas preparadas com carinho e amor. “A preparação era nos domingos e consegui resgatar essa memória afetiva total. Penso muito nelas e acho que de onde estiverem, estão me dando forças para continuar”.

As receitas não são as mesmas de décadas atrás, mas  carregam o tempero italiano. “Atualmente, as coisas mudaram, as receitas foram incrementadas”, explica.

Liana recorda que apesar de amar a cozinha, resolveu ingressar na carreira após incentivo do filho Dennis Rondina, que é seu parceiro e braço direito. “Foi meu grande incentivador para que eu fizesse o curso de Gastronomia em 2018 e 2019. Pagou meu ensino e me indicou para teste no Hotel Deville”.

Desde que embarcou na vida gastronômica, já prestou serviços no Buffet Diamond Hall e estava atuando como confeiteira no Hotel Deville Prime Campo Grande. “Em março deste ano tive o contrato suspenso e não tem previsão de volta. Em abril decidi que não podia ficar tanto tempo parada”.

Canelone de presunto e queijo, com molho vermelho. (Foto: Nathalia Cavalcante e Leandro Roncisvalle)
Canelone de presunto e queijo, com molho vermelho. (Foto: Nathalia Cavalcante e Leandro Roncisvalle)

Sem que os boletos parassem de chegar, ela quis apostar na produção das massas. “Meu filho casou nessa pandemia, fiquei sozinha em casa, então decidi passar minha sala para o quarto, comprei cilindro, bancada e comecei a fazer as receitas”.

No início, avisou os amigos e vizinhos do condomínio onde mora, sobre a produção e passou a vender. Aos poucos, foi conquistando o paladar e caindo no gosto do pessoal que a ajudou com a propaganda “boca a boca”. A rotina ficou mais intensa. “Levanto às 3h20, 4h e vou deitar às 23h. Durmo pouco, mas feliz, me sentindo realizada. Trabalhar com massas me dá prazer”.

Rondelli de quatro queijos. (Foto: Nathalia Cavalcante e Leandro Roncisvalle)
Rondelli de quatro queijos. (Foto: Nathalia Cavalcante e Leandro Roncisvalle)

São várias opções e no menu tem massas frescas, como: tagliarini ou pappardelle e gnocchi; rondelli de quatro queijo ou presunto e queijo, com molho pomodoro, branco ou aurora; canelone de quatro queijo ou presunto e queijo e molhos; lasanha à bolonhesa ou quatro queijos. Além disso, o cardápio conta com pratos especiais que servem de três a quatro pessoas.

As preparações são sob encomenda e os valores variam de R$ 12,00 a R$ 70,00. Liana envia o cardápio e o cliente solicita com um dia de antecedência. Além disso, algumas opções precisam ser finalizadas em casa, e vão com folder informando o que é preciso fazer para ter um almoço ou janta saborosa.

Após o cliente provar o prato, Liana envia uma mensagem para ter feedback das produções. “Acho muito importante para continuar melhorando”. Desde que começou, aprendeu muito com os chefes, Alex Fiuza e Diogo Calegari, que também encorajaram seu talento.

Para a ideia da “La Cucina” dar certo, Liana também conta com a ajuda dos amigos Nathalia Cavalcante e Leandro  Roncisvalle que cuidam do marketing, fazendo fotos dos pratos e postando nas redes sociais.

Serviços - Os pedidos podem ser feitos através do WhatsApp (67) 9229-2020 ou pelo @lacucinacg

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Nhoque de abóbora cabotiã. (Foto: Nathalia Cavalcante e Leandro Roncisvalle)
Nhoque de abóbora cabotiã. (Foto: Nathalia Cavalcante e Leandro Roncisvalle)


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