ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, TERÇA  24    CAMPO GRANDE 31º

Lado Rural

China pressiona e reduz preço pago pela carne brasileira e exportações sobem

Em relação a outubro de 2020, as exportações deste ano subiram 16%, mas preços caíram

José Roberto dos Santos | 10/11/2022 15:24
Gado é manejado em propriedade sul-mato-grossense; pecuária enfrenta queda de consumo de carne bovina e nos preços das exportações para a China. (Foto: Arquivo/Sistema Famasul)
Gado é manejado em propriedade sul-mato-grossense; pecuária enfrenta queda de consumo de carne bovina e nos preços das exportações para a China. (Foto: Arquivo/Sistema Famasul)

A China, maior destino externo da carne bovina brasileira, vem pressionando os valores pagos pela carne. De acordo com dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), em janeiro, a proteína nacional foi embarcada ao país asiático ao preço médio de US$ 6,25 por quilo, subindo de forma consecutiva até junho, quando atingiu o recorde da série histórica, de US$ 7,33/kg.

Desde então, mostra análise do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), os valores passaram a cair mês a mês, chegando a US$ 6,14/kg em outubro, ou seja, o menor deste ano.

Segundo pesquisadores do Cepea, as recentes quedas nos preços pagos pela China pela carne brasileira vêm resultando em pressão sobre os valores de negociação da arroba bovina no Brasil. Dados do centro de estudos mostram que, na parcial deste mês (até 8 de novembro), a média do Indicador é de R$ 286,03, quedas de 3,4% frente à de outubro/22 e de expressivos 10,9% no acumulado de 2022, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI).

Hoje, a Scot Consultoria, indica a arroba do boi gordo para Mato Grosso do Sul, na média de R$ 255,00. Já vivemos tempos melhores.

Nota técnica do Cepea mostra que a pressão sobre os valores internos da arroba também se deve ao crescimento na oferta de animais para abate, que vem resultando em alongamento das escalas. A atenção da indústria se volta, cada vez mais, para o mercado doméstico, que sinaliza um provável aumento de consumo da proteína animal em 2023.

Ascensão e queda das exportações

Dados da Secex publicados no início de novembro indicam que o Brasil embarcou em outubro 188,56 mil toneladas de carne bovina in natura, queda de 7,3% frente a setembro/22, mas expressiva alta de 129,42% frente a outubro/21 (quando, vale lembrar, os envios de carne à China, maior destino da proteína nacional, estavam suspensos) e 16% acima da de outubro/20. Trata-se, também, do maior volume já exportado em um mês de outubro.

Segundo pesquisadores do Cepea, esse bom desempenho, contudo, não foi suficiente para impedir que o boi gordo se desvalorizasse em outubro no mercado interno. No acumulado do mês (entre 30 de setembro e 31 de outubro), o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 recuou quase 4%.

Consumo de carne maior em 2023  

Se nos últimos três anos o consumo brasileiro per capita de carne bovina chegou ao seu menor patamar em mais de uma década, ao longo de 2023 as perspectivas são de crescimento nas vendas no mercado interno – a primeira desde 2018.

Segundo projeção divulgada na quarta-feira (09/11) pelo banco holandês Rabobank, e noticiada pelo portal Agrolink, o volume consumido pelos brasileiros deverá passar dos atuais 27,7 quilos por habitante ao ano para 28,2 quilos, avanço de 1,5%.

Nos siga no Google Notícias