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Lado Rural

Chuva aumenta ocorrências da ferrugem-asiática da soja; MS já tem 24 casos

No ano passado todo foram 59 casos da doença no País, mas características do clima eram bem diferentes

José Roberto dos Santos | 30/01/2023 13:00
Pé de soja atacado pela ferrugem-asiática nos primeiros estágios da planta. (Foto: Arquivo/Embrapa)
Pé de soja atacado pela ferrugem-asiática nos primeiros estágios da planta. (Foto: Arquivo/Embrapa)

Como nas safras anteriores, o mês de janeiro vem apresentando rápido aumento nos relatos de ferrugem-asiática nas regiões produtoras de soja. Segundo levantamento do Consórcio Antiferrugem, na safra 2022/23, há 129 relatos da doença e a ferrugem está presente em nove estados brasileiros, sendo 79% das ocorrências em lavouras comerciais na fase de enchimento de grãos. Em Mato Grosso do Sul, que registrou o primeiro foco no final de novembro de 2022, já soma 24 ocorrências, só ficando atrás do Paraná, que tem 53.

Segundo monitoramento da Embrapa-Soja, na mesma época na safra passada, eram 59 relatos, porém, as condições climáticas eram diferentes – menor volume de chuvas na região Sul do País, Mato Grosso do Sul e Paraguai – o que reduziu a ocorrência da doença.

Mapa da dispersão

Em Mato Grosso do Sul, as ocorrências estão concentradas nos municípios de: Amambai, Aral Moreira, Bonito, Caarapó, Chapadão do Sul, Costa Rica, Dourados, Ivinhema, Laguna Carapã, Maracaju, Naviraí, Ponta Porã, São Gabriel do Oeste e Sidrolândia.

A pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja, explica que a ferrugem está favorecida pelas chuvas bem distribuídas ao longo desta safra. “Em regiões em que as chuvas estão regulares, a doença é mais comum quando ocorre falhas de aplicações de fungicidas ou os fungicidas utilizados têm baixa eficiência para o controle da ferrugem”.

De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), mais de 50% das lavouras estão em fase de enchimento de grãos (após R5), situação onde a doença causa menos dano. Godoy afirma que o potencial de dano da ferrugem-asiática é maior nas lavouras ainda em estádio vegetativo, floração e formação de vagens, que recebem maior quantidade do fungo das áreas semeadas mais cedo.

“Permanecendo as condições favoráveis para a doença, as lavouras mais atrasadas irão necessitar de aplicações com fungicidas com alta eficiência para o controle da doença”, alerta.

Praga é velha conhecida 

André Dobashi, presidente da Aprosoja-MS (Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul, em nota técnica distribuída à imprensa, destaca que “essa doença não é mais novidade para o produtor de soja, que ano a ano vem melhorando a tecnologia e os manejos em suas fazendas, no intuito de evitar ou reduzir os danos causados pelo fungo. Contudo, sempre é válido alertarmos quanto à necessidade de monitoramento e práticas assertivas para um controle eficiente”.

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