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Lado Rural

Com previsão de plantar 6% mais este ano, cultivo da soja em MS começa no dia 16

No dia 13 de setembro, a Aprosoja-MS promove evento para o lançamento oficial do período de semeadura

Por José Roberto dos Santos | 06/09/2024 13:50
Broto de soja plantada no ciclo 2023-2024; setor vem para nova safra de olho no clima. (Foto: Arquivo/Aprosoja-MS)
Broto de soja plantada no ciclo 2023-2024; setor vem para nova safra de olho no clima. (Foto: Arquivo/Aprosoja-MS)

Com o fim do vazio sanitário da soja marcado para  dia 15 de setembro, a partir do dia 16 e até o dia 31 de dezembro de 2024, Mato Grosso do Sul está liberado para o plantio da soja. No dia 13, às 19h, a Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), promove o lançamento oficial do plantio da soja 2024/2025. O evento acontece no auditório do Sistema Famasul, em Campo Grande, a partir das 19h.

“A área destinada à safra de soja 2024/2025 tem a expectativa de aumento de mais de 6% em Mato Grosso do Sul e o clima será um dos grandes desafios para os agricultores. Neste evento, iremos abordar estes e outros dados que são de grande relevância para que os produtores possam se planejar para esta safra e para as safras futuras. Estamos conscientes que, de fato, o agricultor terá desafios pela frente e é preciso pensar em diversificação de culturas e outras alternativas de produção para que a gente possa pensar em um futuro com menos imprevistos”, pondera o presidente da Aprosoja/MS, Jorge Michelc, em nota distribuída  à imprensa pela assessoria de comunicação da entidade.

Na oportunidade, serão apresentados os dados da safra de soja 2024/2025 e suas projeções. De acordo com o coordenador técnico da Aprosoja/MS, Gabriel Balta, “as últimas duas safras foram desafiadoras para os produtores rurais devido às condições climáticas (precipitação e temperatura) que impactaram significativamente no potencial produtivo. O cultivo de soja e milho no Estado de Mato Grosso do Sul está se tornando cada vez mais desafiador, e o cenário atual não é para amadores”.

Na safra 2023-2024 a perda do potencial produtivo da oleaginosa no Estado chegou a 3 milhões de toneladas, o que impactou o setor em cerca de R$ 12 bilhões, segundo cálculos da própria Aprosoja-MS. Foram 12 milhões de toneladas na colheita final, contra 15 milhões do ciclo anterior.

Com relação aos dados econômicos, a safra de soja 2024/2025 promete ser uma safra positiva se comparada à safra de 23/24. "A demanda internacional deve permanecer em expansão e dependendo da oferta de grãos disponibilizadas ao mercado internacional pelos principais países produtores, podendo impactar positivamente no preço da saca de soja. Nas últimas safras, o preço médio ponderado da saca de soja apresentou uma tendência negativa, passando de R$ 168,34/sc em 21/22 para R$ 138,82 na safra 22/23 e R$ 117,14 na safra 23/24. A tendência agora é que na safra 24/25 os preços fiquem entre R$ 120 e R$ 130/sc, caso as condições atuais do mercado internacional se mantenham, iniciando uma tendência de valorização do preço”, explica o analista de Economia da Aprosoja/MS, Mateus Fernandes.

Grãos em baixa

O presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), André Dobashi, explicou que a safra 2023/2024 está sendo extremamente desafiadora em Mato Grosso do Sul. "Tivemos uma safra aquém do esperado em que fechamos com resultado abaixo de 45 sacas por hectare. Isso representa uma quebra expressiva para soja". A declaração foi dada durante o evento "Campo Futuro", em Chapadão do Sul (MS), no último dia 31 de agosto, para avaliar os custos de produção da agricultura.

No milho safrinha, Dobashi lembrou que desde meados de fevereiro praticamente não houve chuva. "Isso resultou em uma quebra de mais de 35% na safra. Esperávamos colher mais de 13 milhões de toneladas, mas devemos colher apenas em torno de 9 milhões de toneladas".

Durante o evento o cenário de custos de produção de grãos e melhorias no processo gerencial foram apresentados pelo pesquisador do Cepea/Esalq-USP, Mauro Osaki. Ele reforçou que a safra 2024 foi marcada pela retração na questão dos insumos e pelo efeito negativo do preço e produtividade, gerando compressão na rentabilidade do produtor.

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