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Lado Rural

Embrapa põe no mercado cultivares de pequi sem espinhos

É a primeira vez que são lançadas cultivares de uma fruteira nativa arbórea perene do Cerrado

José Roberto dos Santos | 14/11/2022 14:45
Pequizeiros desenvolvidos pela pesquisa da Embrapa Cerrados e Emater. (Fotos: Fabiano Bastos)
Pequizeiros desenvolvidos pela pesquisa da Embrapa Cerrados e Emater. (Fotos: Fabiano Bastos)

Fruto símbolo do Cerrado, o pequi acaba de ganhar uma "versão" com caroço sem espinhos. O trabalho inédito foi realizado pela Embrapa Cerrados e a Emater-GO (Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária), que acabam de lançar, em Goiânia (GO), seis cultivares de pequi –  três com espinhos no caroço e três sem espinhos.

Foram 25 anos de pesquisa e de trabalho em parceria, conduzidos pelas duas instituições, com a participação também de produtores.

GOBRS 101 é uma das variedades de pequi sem espinhos que acaba de ser colocada no mercado  
GOBRS 101 é uma das variedades de pequi sem espinhos que acaba de ser colocada no mercado

GOBRS 101 (foto acima), GOBRS 102 e GOBRS 103 são os nomes das cultivares sem espinhos. Já as cultivares GOBRS 201, GOBRS 202 e GOBRS 203 (foto abaixo) possuem espinhos. Essas últimas são mais produtivas do que as sem espinhos. A GOBRS 201 é a mais produtiva delas, alcançando produtividade média anual de 85 kg por planta. A variedade que possui a polpa mais espessa é a GOBRS103 (sem espinhos). Ela apresenta uma espessura média de polpa de 7 a 8 mm, característica que favorece a produção agroindustrial.

Variedade com espinhos lançadas pela parceria Embrapa-Emater são mais produtivas do que as sem espinhos
Variedade com espinhos lançadas pela parceria Embrapa-Emater são mais produtivas do que as sem espinhos

Com o lançamento de variedades sem espinhos, o consumo desse fruto de aroma e sabor marcantes e que faz parte da culinária e da cultura regional, principalmente dos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Tocantins e do Distrito Federal, deve aumentar, na opinião do pesquisador Ailton Pereira, da Embrapa Cerrados.

Além de evitar acidentes ao consumir e manusear o produto, essa característica favorece a mecanização do processo de extração da polpa e facilita o acesso à amêndoa. “Outra vantagem do pequi sem espinhos é que a polpa dele possui sabor mais suave o que, com certeza, vai agradar ao público que hoje tem resistência ou mesmo rejeita consumir o fruto”, acredita.

Com ou sem espinhos, há muito tempo pequi é utilizado na culinária regional, tanto em pratos salgados quanto doces
Com ou sem espinhos, há muito tempo pequi é utilizado na culinária regional, tanto em pratos salgados quanto doces

Propagação

Os primeiros lotes de mudas foram adquiridos por viveiristas e agricultores familiar de Goiás. A retirada dos lotes está prevista para o mês de dezembro, na sede da Emater, em Goiânia.

O pequi pode ser servido puro ou como ingrediente de outros pratos, salgados e doces. O arroz e a galinhada com pequi não podem faltar no cardápio regional. O fruto também é usado na agroindústria em produtos como conservas, molhos, licores, sorvetes e picolés.

Com informações da Embrapa Cerrados

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